O que o poeta popular Bráulio Bessa - reconhecido nacionalmente - e o ator de Mato Grosso Sandro Lucose têm em comum? A arte, a poesia? Também. E têm saudade, histórias “bordadas” pelo amor e linhas inimagináveis que ligam o sertão cearense ao pantanal mato-grossense.

Sandro Lucose, que também é professor e ativista de defesa do Pantanal, é um dos personagens - aliás, ele e a esposa Carla Cristina Rosa de Almeida - do segundo episódio da nova série documental da Globoplay: “Poesia que Transforma”. Aliás, não por acaso, o tema do qual participam é “Amor”. Da parte do casal - que dialoga com o casal anfitrião Bráulio Bessa e Camila Mendes -, há amor de um para o outro, amor pela luta e pela defesa dos mais vulneráveis, amor pela terra onde nasceu e cresceu…

E Mato Grosso é apresentado para o país todo pela perspectiva da poesia. Poesia do por do sol pantaneiro, do casamento na roça, da tristeza pelo sofrimento dos animais com a seca (por que não?) e da dedicação humana no resgate da natureza. Há também as histórias do casal-personagem, que transitam entre Cuiabá, Poxoréu e Poconé.

“Estar no programa foi uma festa surpresa, pois eu não sabia onde nossa participação iria somar no todo do projeto. Mas, depois de pronto, é uma obra que, mesmo eu estando dentro, tenho vontade de rever. Está tudo ali,  o amor real pelo próximo, pela ancestralidade, pelo bioma. Estar nesse documentário é como eternizar parte da minha vida”, contextualizou Sandro Lucose.
 
Carla, também professora, abriu o coração ao Entretê: “Já estávamos animados com a ideia de uma gravação formal, provavelmente em nossa casa e com oportunidade de contar um pouco de nossa história e nosso amor pela poesia e pela arte em geral. Mas foi muito mais do que isso: passamos dois dias no Pantanal, surpreendidos por uma equipe afetuosa, visivelmente apaixonada e empolgada pelo projeto. O que vimos ali foi muito além de profissionalismo: tudo era movido por amor e parceria. Depois de muitos registros e conversas boas, mais uma surpresa: aparecem Bráulio e Camila do nada... E realmente a equipe soube esconder muito bem, porque nunca me ocorreu a ideia de que eles estivessem acompanhando o projeto tão de perto. E além do privilégio de conhecê-los, tivemos a celebração de casamento com direito a Bráulio recitando poesia como cerimonialista. Apesar de ser encenação, a emoção foi verdadeira”.

No episódio do qual os mato-grossenses fazem parte, ainda há histórias de outros personagens que narram o amor de mãe e o autoamor, diretamente de outras duas regiões do país.

“O resultado do trabalho feito com amor está evidente na qualidade dos episódios já lançados. E os registros dos momentos que passamos durante as gravações ficarão guardados com muito carinho na memória”, comenta Carla.

E a coisa de ser da terra, de transformar o próprio redor é muito presente na série e tem a ver com a postura do criador, Bráulio Bessa. "Essa coisa da raiz é muito contraditória... 'Eu prefiro ter asas a ter raízes'. Eu digo não. Prefiro ter uma raiz muito forte, muito segura, que me dê capacidade para crescer o mais alto possível, crescer a uma altura que um pássaro consiga voar, mas que eu esteja aqui, sabe, seguro", afirma Bráulio.

São também episódios os temas ‘Raízes’ (o primeiro), ‘Igualdade’, ‘Fé’ e ‘Recomeço’. Em cada um deles, três histórias são contadas, passeando, ao todo, por dez estados brasileiros. O documentário ainda navega por temas como racismo, machismo, LGBTfobia, intolerância religiosa, desigualdade social, xenofobia e tantos outros assuntos que atravessam a obra de Bráulio Bessa.

A série foi idealizada por Duda Martins em parceria com Bráulio, tem direção de Duda e de Chico Walcacer e roteiro assinado por Douglas Vieira. A obra já está disponível para assinantes Globoplay.