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Chapão da morte e as contas eleitorais de 2022

Por SUELME FERNANDES
Publicado em 07-08-2022 às 10:14hrs
Encerrado o prazo para realização das convenções partidárias e para o registro das nominatas, começamos oficialmente as eleições 2022.
Chapão da morte e as contas eleitorais de 2022 OPINIÃO SUELME FERNANDES

Estão abertas as mesas de apostas dos possíveis eleitos e vagas por partido.

 

Isso faz parte do folclore e da diversão da política: contas, médias, mapas eleitorais, possíveis resultados e projeções.

 

Farei algumas especulações irresponsáveis.

 

Na disputa para deputado estadual, existem 25 vagas para montar uma chapa tipo completa.

 

E nove nomes para federal, sendo que 30% deve ser obrigatoriamente composta por mulheres.

 

As chapas dos grandes partidos tiveram muitas dificuldades para preencher as listas de candidatos na disputa, muitas pegaram candidatos a laço na última hora.

 

Tem algumas nominatas de partidos importantes, com muitas cabeças e puxadores de votos, mas sem corpo e rabo de chapa, como se diz na gíria.

 

E outras chapas formadas de nomes desconhecidos na política, só para inglês ver, mas sem potencial eleitoral.

 

Somando os grandes, médios e pequenos potenciais de votos constatamos que as siglas mais tradicionais terão no máximo entre 10, 12 nomes mais competitivos no páreo real da disputa de deputado estadual e entre 2 a 4 nomes mais fortes nas disputas federais.

 

Em regra, depois desses medalhões puxadores, a chapa praticamente some, sem nomes competitivos e intermediários importantes no cômputo eleitoral.

 

Existem pouquíssimos pré candidatos nas chapas com potenciais de votos medianos, na casa de 5 a 10 mil votos e algumas chapas com candidatos de baixa expectativa eleitoral, entre mil a 5 mil votos.

 

E para complicar, no dito rabo da chapa, a motivação depende do patrocínio da campanha já que os candidatos sabem que tem poucas chances eleitorais.

 

Esse desequilíbrio na montagem das chapas como um todo causará um déficit no quociente geral de cobertura de votos por partido e consequentemente diminuição no número de vagas alcançadas.

 

Fazendo um exercício de matemática misturado com futurologia desenhamos alguns cenários possíveis para alimentar os papos das rodas de política.

 

Nas minhas contas de padeiro, apenas 9 siglas das atuais 18 existentes na disputa conseguirão montar chapas ou alcançar médias de votos para conquistar assentos na Assembleia Legislativa.

A disputa ficou mais profissionalizada e mais restrita, com pouco espaço para outsiders ou surpresas eleitorais com baixa votação e isso desanimou muito os postulantes.

Considerando aproximadamente 1.560.000 de votos válidos para essas eleições, dividido por 24 vagas na AL-MT, chegamos a um quociente de 65 mil votos para fazer uma cadeira direta e outros 52 mil para fazer outra na sobra que obrigatoriamente tem que ser de 80% do quociente direto.

 

Tomando como base os nomes que estão na praça atualmente, “dificilmente” algum partido fará mais que 3 cadeiras na AL-MT.

 

No âmbito da disputa por vagas de deputado federal, apenas 5 ou 6 partidos, no máximo, conseguirão cadeiras em Brasília.

E mais, aposto que desses 5, 6 partidos nenhum conquistará mais que 2 vagas. 1 direta e outra na sobra.

 

E que apenas dois partidos desse grupo acima, tem potencial para obter votação mínima para conquistar duas cadeiras no quociente direto e outras duas vagas na sobra, totalizando 4 vagas preenchidas.

 

E as outras 4 existentes para federal, serão disputadas à tapa por 4 partidos, podendo haver, dependendo da perfomance desse grupo, 3 partidos elegendo até 2 vagas.

 

Ou pode ser quatro vagas distribuídas em 4 partidos, pela sobra.

 

Se dividirmos o total projetado de votos válidos por 8 cadeiras de deputado federal, teremos na média para se eleger de maneira direta, um quociente de no mínimo 195 mil votos e 152 mil votos para se eleger pelo menos um, na chamada sobra.

 

A disputa ficou mais profissionalizada e mais restrita, com pouco espaço para outsiders ou surpresas eleitorais com baixa votação e isso desanimou muito os postulantes.

 

Quem tem chapas mais robustas, com deputados no mandato e pré-candidatos testados com boletins de urnas na mão, tem, por óbvio, maiores chances eleitorais.

 

Por serem campanhas curtas, 45 dias, os nomes mais conhecidos e massificados terão maiores chances de ganhar, por causa do recall de imagem.

 

Vamos aguardar a marcha dos acontecimentos.

 

Essas novas regras eleitorais, mais restritivas, favoreceu, e muito, a classe política ou os políticos nos mandatos como um todo.

 

Sob o argumento de diminuir o número de partidos no Brasil, restringiu-se o acesso ao poder e a renovação dos cargos.

 

Nessa conjuntura, provavelmente teremos poucas mudanças nos tabuleiros.

 

Façam suas listas e apostas de quem serão os partidos nessas vagas citadas acima e quem serão os nomes eleitos?

 

Costuma-se dizer que metade da eleição se ganha na montagem da chapa.

 

Estar no lugar certo e no time certo, ajuda muito.

 

Esse imponderado que torna a política viciante, intangível, variável, imensurável que termina num boletim de urna, pois quem define a lista dos eleitos é o Dr. Rua e não as rodinhas de especulação!

 

Enquanto isso a gente se diverte fazendo sortilégios como esse!

 

*Suelme Fernandes é Historiador

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