Governo Federal anunciou nesta terça-feira, 10 de junho, que vai ofertar 3.500 bolsas para ampliar o número de médicos especialistas com foco nas regiões mais desassistidas do país. Do total de vagas, 3 mil visam fomentar a formação de residentes e 500 são para provimento imediato de profissionais no SUS. A medida faz parte do programa Agora Tem Especialistas, dedicado à redução do tempo de espera por consultas, exames e cirurgias.

“Com essa nova modalidade de política pública de saúde, vamos reforçar a parceria com as instituições formadoras, com as entidades nacionais de medicina e com as sociedades de especialidades médicas, aproveitando ao máximo a estrutura dessas instituições”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “O foco é fortalecer a Residência Médica, que considero o padrão-ouro na formação de especialistas. Ao mesmo tempo, vamos buscar novas alternativas para que esses profissionais cheguem aonde a população mais precisa, onde o SUS mais precisa.”

Esse programa é um sonho da minha vida
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Os 500 profissionais serão selecionados em edital inédito do Mais Médicos Especialistas e contarão com bolsas de educação no valor de até R$ 10 mil por mês para carga horária de 20h semanais. A mentoria será focada em atuação prática em áreas prioritárias para a rede pública de saúde. A previsão é que as atividades comecem em setembro.

Já a oferta de 3 mil novas bolsas de residência médica será destinada a profissionais que buscam essa qualificação, que é padrão-ouro na formação de especialistas. Nesse caso, a formação segue o cronograma da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), com a avaliação dos programas e o início das atividades em março de 2026.

FOCO – A prioridade de distribuição das bolsas de residência médica será para a Amazônia Legal, o Nordeste e as regiões com número de especialistas abaixo da média nacional. O governo ainda poderá disponibilizar bolsas para novos programas e para programas já existentes, desde que a instituição amplie o número de bolsas ofertadas.

QUALIDADE – O Governo Federal também vai destinar até R$ 200 mil para as Comissões Estaduais de Residência Médica a fim de garantir a qualidade dos programas de residência. Essas comissões são responsáveis pela avaliação dos programas de residência médica de todo o Brasil. Além disso, haverá apoio financeiro para coordenadores e preceptores de programas novos e ampliados, com foco inicial em Anestesiologia, Patologia e Radioterapia.

REDUÇÃO DE DESIGUALDADES – As ações anunciadas são uma resposta ao estudo da Demografia Médica deste ano, que revelou desigualdades na distribuição de médicos especialistas pelo país. De acordo com a publicação, apenas 10% dos especialistas atendem exclusivamente no SUS. Ao todo, o Governo Federal vai destinar R$ 260 milhões para ampliar o provimento e a formação de profissionais especialistas em regiões com menor cobertura assistencial.

“Esse programa é um sonho da minha vida. É muito importante colocar a sociedade para tomar conta de um programa como esse, chamar os especialistas para tomar conta, porque, muitas vezes, a gente sozinho não dá conta. É importante a gente confiar nas outras pessoas e fazer com que as pessoas ajudem – e utilizar todos os meios que a gente tiver”, destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento do Agora Tem Especialistas, em 30 de maio.

MAIS MÉDICOS ESPECIALISTAS – O lançamento do edital de adesão dos estados e municípios, nesta quarta-feira (11), é um passo que precede a abertura das 500 bolsas de educação pelo trabalho para médicos já especialistas, certificados pela Comissão Nacional de Residência Médica ou titulados pela Associação Médica Brasileira (AMB).

O objetivo é verificar a demanda pelo atendimento especializado, ou seja, os gestores vão apontar os serviços que possuem capacidade instalada e as vagas nos serviços estratégicos para o SUS, como oncologia e cirurgias eletivas.

Em etapa posterior, um novo edital será lançado para selecionar os 500 profissionais já especialistas que atuarão em hospitais regionais, policlínicas e ambulatórios do SUS, com prática assistencial e metas pactuadas localmente.