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ECONOMIA

Orizon compra aterro em Cuiabá, marcando entrada no Centro-Oeste

Por Maria Luíza Filgueiras VALOR ECONÔMICO
Publicado em 11-02-2022 às 09:52hrs
Companhia vai investir R$ 81 milhões na aquisição e transformação em ecoparque .
Orizon compra aterro em Cuiabá

Milton Pilão, CEO da Orizon: projeção geométrica da receita com aproveitamento do lixo — Foto: Claudio Belli/Valor

 

 

Numa toada de aquisições que a fez dobrar de tamanho em um ano, a Orizon acaba de anunciar a compra de um aterro em Cuiabá, entrando na região Centro-Oeste. Além da lógica econômica, o movimento é relevante do ponto de vista ambiental – a capital mato-grossense é uma das últimas do país que ainda tem lixões a céu aberto, despejando chorume no lençoL freático e rios da bacia do Pantanal.

A companhia está pagando R$ 66 milhões e terá 51% do negócio, em sociedade com a Empesa, que já tinha assinado no ano passado uma opção de compra do ativo da CGR Ambiental. É o único aterro sanitário licenciado na região metropolitana de Cuiabá, uma área que soma cerca de um milhão de habitantes.

“É um ativo importante economicamente para a companhia, não tanto pelo tamanho mas pelo posicionamento. É emblemático fazer essa eliminação de lixões tão perto do Pantanal e da Chapada dos Guimarães, um ecossistema rico que vinha sendo poluído com mau tratamento de resíduos”, disse Milton Pilão, CEO da Orizon, ao Pipeline.

São 500 mil toneladas/ano de lixo recebidos nesse ativo, que vão se somar aos 8,4 milhões de toneladas/ano que a Orizon já possui - número fortemente impulsionado pela aquisição de aterros da Estre no fim do ano passado. A estimativa é que Cuiabá gere uma receita de R$ 40 milhões e um Ebitda da R$ 25 milhões nos próximos 12 meses.

Além do valor da compra, a Orizon vai investir outros R$ 15 milhões para fazer a adaptação do aterro em ecoparque já no primeiro ano de operação. "A diferença é que o aterro faz a destinação adequada dos resíduos, mas quando transformamos em ecoparque, eles também passam por um pré-tratamento, que separa tudo que pode ser reciclado ou gerar combustível", explica Pilão.

É assim que a companhia gera biogás e crédito de carbono, que adicionam receita e Ebitda em cada ativo. No ecoparque de Cuiabá, a companhia vai definir se utiliza o sistema de geração de biogás que já implementou em outros aterros ou opta pela transformação em biometano, que pode ser vendido para distribuidoras locais ou comprimido para transporte de caminhão para indústrias da região.

Pilão define 2022 como um ano transformacional para a companhia, quando a Orizon passará a consolidar no balanço a aquisição da Estre, ainda em fase de homologação, Cuiabá, e as que estão por vir. No balanço de 2021, o crescimento orgânico ainda desponta como mais significativo.

"Queremos chegar entre 12 e 15 milhões de toneladas de resíduos ainda por processos de M&A, e depois o crescimento orgânico vem mais forte, já que ele reverbera em projeção geométrica sobre essa base de ativos", diz Pilão. "A Estre, por exemplo, adiciona 3,6 milhões de toneladas/ano, mas não tem quase nada de biogás, carbono e reciclado, assim como Cuiabá.

Essas plantas industriais levam de seis a 18 meses para implementação, segundo o empresário, quando as receitas adicionais começam a aparecer. O M&A é relevante para o ritmo de negócio porque um novo pedido de licença privada leva de sete a 10 anos até a concessão.

A Orizon chegou à bolsa em fevereiro do ano passado, quando vendeu ações a R$ 22. Hoje abriu o pregão em R$ 29,30 e tem leve queda de 0,8%.

 

Comentários (1)

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Roque Vieira dos Santos em 21-02-2022 ás 16:23:18hs

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