ECONOMIA

Solução para comércio informal no centro de Cuiabá começa a sair do papel

Por Da Assessoria CDL Cuiabá
Publicado em 19-03-2025 às 16:20hrs
Audiência Pública provocada pela CDL Cuiabá reuniu ambulantes, empresários e Prefeitura na tarde de terça (18)

Uma pauta concreta de ações foi definida nesta terça (18) em busca da solução para o comércio informal no centro de Cuiabá. Provocada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá), a Câmara Municipal de Vereadores realizou uma audiência pública reunindo mais de 50 vendedores ambulantes, empresários e Poder Público municipal.

A sessão foi convocada pela vereadora Michelly Alencar a partir de um ofício protocolado pela CDL Cuiabá em 24 de fevereiro. O documento, encaminhado à Prefeitura Municipal, foi elaborado após reunião com a secretária municipal de Fiscalização de Ordem Pública, Juliana Palhares.

“Pedimos que o Poder Público nos ajudasse a abrir o diálogo, pois o comércio informal tem um forte cunho social. Afinal, são pessoas lutando para se tornarem empreendedores, e respeitamos isso. Mas nosso papel como entidade de classe é defender o setor de comércio e serviços, que é a grande força econômica de Cuiabá", ponderou Júnior Macagnam, presidente da CDL Cuiabá.

O pedido foi aceito, com saldo positivo. "Poderíamos nos reunir com os representantes de cada parte a portas fechadas. Optamos por dar voz a todos os envolvidos e, agora, temos uma pauta de trabalho concreta pela frente", afirmou a vereadora Michelly Alencar.

Uma das medidas práticas definidas foi a identificação dos vendedores informais, pois como há um grande número de imigrantes, será preciso ações de regularização documental. Além disso, será feito o cadastramento de cada comerciante e seus produtos. Isso será fundamental para o estudo de transferência das bancas.

“Ainda não sabemos com certeza para que local, mas entendemos que os ambulantes precisam ficar no centro da cidade, mas em um local estruturado e organizado”, garantiu a vereadora. A secretária municipal acompanhou toda a discussão e se comprometeu a manter uma relação respeitosa com os comerciantes informais. “Não há nenhuma ordem de retirada ou apreensão de mercadorias. Vamos definir a solução juntos, respeitando tanto os ambulantes quanto os empresários do comércio”, afirmou.

O resultado foi bem recebido pelos comerciantes. “Hoje é um dia histórico porque nos sentamos à mesa para decidirmos juntos. O diálogo é a melhor saída”, declarou Eduardo Mourão, segundo secretário do Sindicato dos Vendedores Ambulantes. A entidade calcula que aproximadamente 350 pessoas dependam diretamente da venda informal de produtos na rua Treze de Junho.

Uma das propostas mais bem recebidas durante a sessão foi feita por Roberto Peron, presidente do Sindicato dos Comércios de Tecidos, Confecções e Armarinhos do Estado de Mato Grosso (Sincotec). "Os vendedores ambulantes não precisam sair do centro de Cuiabá, pelo contrário. O nosso centro está esvaziado, as portas estão fechando. Temos vários calçadões que podem ser reocupados com estrutura adequada", sugeriu.

De acordo com Macagnam, a intenção original da CDL Cuiabá era exatamente provocar um debate público sobre o tema. “Nossa missão é articular forças para que seja possível transformarmos Cuiabá numa cidade melhor para vivermos e empreendermos”, pontuou.

A entidade defende que o Poder Público realize um programa de cadastramento e regulamentação da atividade comercial ambulante. “Assim, respeitamos os direitos dos trabalhadores, organizamos o centro da cidade e respeitamos as empresas formalizadas”, ponderou.

O setor de comércio e serviços é a força de Cuiabá. As atividades respondem por cerca de 70% do produto interno bruto (PIB) municipal, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dois setores juntos geram cerca de 60% dos empregos formais da cidade, sendo os maiores empregadores da capital, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

 

Comentários (0)

A Verdade MT não se responsabiliza pelos comentários aqui postados. A equipe reserva-se, desde já, o direito de excluir comentários e textos que julgar ofensivos, difamatórios, caluniosos, preconceituosos ou de alguma forma prejudiciais a terceiros. Textos de caráter promocional, inseridos sem a devida identificação do autor ou que sejam notadamente falsos, também poderão ser excluídos.

Lembre-se: A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica. Você pode optar por assinar seu comentário com nome completo ou apelido. Valorize esse espaço democrático agradecemos a participação!

Outras Notícias

ESPORTESVer Mais