A manhã de abertura do 1º Fórum de Saúde Digital de Mato Grosso, realizada nesta segunda-feira (30), contou com palestras de Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, e do professor-doutor Chao Lung Wen, especialista em telemedicina e referência nacional no assunto. O evento, realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) no auditório da Escola Superior de Contas, teve como foco as estratégias de transformação digital no Sistema Único de Saúde (SUS), destacando a importância da telessaúde para acelerar a inclusão e democratização do acesso à saúde.
Ana Estela Haddad, na palestra magna “As perspectivas da Telessaúde no futuro com os cuidados com a saúde”, explicou os principais pontos da Política Nacional de Saúde Digital, que vem sendo conduzida pelo Ministério da Saúde desde 2024. A política reconhece a conectividade como bem público e regula o uso de tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, com foco na proteção dos dados sensíveis dos cidadãos.
A secretária também detalhou as três fases do Programa SUS Digital: o Diagnóstico situacional das macrorregiões, que visa compreender as realidades locais para aprimorar os serviços de saúde; o Índice Nacional de Maturidade em Saúde Digital (INMSD), que avalia o uso de tecnologias digitais pela população; e os Planos de Ação de Transformação para a Saúde Digital, que serão adaptados de acordo com as necessidades de cada região. “O Índice Brasileiro de Conectividade da ANATEL nos permite identificar a desigualdade digital entre os estados e direcionar os investimentos necessários”, afirmou Ana Estela.
Como exemplo de inovação no SUS, ela destacou a Caderneta da Criança, um documento digital armazenado no aplicativo SUS Digital dos pais, que registra informações de saúde como vacinas e consultas. Este serviço elimina o risco de extravio dos documentos físicos e garante a atualização em tempo real pelos médicos.
Em seguida, Chao Lung Wen apresentou a palestra “Saúde Digital - Reflexões sobre Desenvolvimento Organizacional e Telessaúde nas Escolas”. Ao parabenizar o TCE-MT pela realização do evento, o especialista destacou a importância do apoio institucional na implementação de uma telessaúde estruturante. “Este evento servirá de inspiração para outros Tribunais de Contas, especialmente na fase de implementação regional”, afirmou.
Segundo Wen, a Saúde Digital é um ecossistema que vai além da telemedicina, abrangendo ferramentas que melhoram o acesso à saúde, desde a prevenção até os cuidados domiciliares. Além disso, comparou a evolução da telessaúde com a do internet banking, que se tornou mais acessível e humanizado, sugerindo que, da mesma forma, o sistema de saúde pode ser reorganizado para aliviar as filas e melhorar o atendimento. “Até 2031, a Saúde Digital será uma realidade no Brasil, e para isso, precisamos inovar e reestruturar os processos”, disse.
O professor também sugeriu campanhas de conscientização sobre Saúde Digital nas escolas de Ensino Fundamental e Médio, como forma de ampliar o conhecimento da população, especialmente entre crianças e adolescentes, que levarão essas informações para suas famílias. “Nossa estratégia é fortalecer a atenção básica e educar quem se tornará o cidadão do futuro”, concluiu.
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