As Tigresas do glorioso Mixto Esporte Clube, o clube mais tradicional de Mato Grosso, são campeãs brasileiras da série A3 da CBF. O título inédito confirmou a soberania do Mixto com mais uma vitória nas finais diante do Remo (PA), por 2 a 0 na Arena Pantanal, diante de mais de cinco mil pessoas que torceram e comemoraram a vitória nas arquibancadas.
As Tigresas repetiram o placar do jogo de ida das finais em Belém do Pará, desta vez com gols de Bia Batista, artilheira da competição com 10 gols, e Gaby, de pênalti.
O título confirma uma campanha vitoriosa: comandadas pela competente técnica Kethleen Azevedo, a equipe do Alvinegro teve a melhor campanha isolada do Brasileirão Feminino Binance A3 2023, com nove vitórias e um empate, além de 22 gols marcados e somente dois sofridos. A artilheira da competição também é do Alvinegro: Bia Batista, com dez gols.
Em 2024, o Mixto vai disputar a Série A2 do Campeonato Brasileiro, abrindo mais uma vaga para um time feminino mato-grossense na Série A3. Além disso, as Tigresas se preparam para buscar o tetracampeonato consecutivo do estadual mato-grossense, que começa em julho.
Esta vitória mostra o mérito e a superação das atletas do Mixto, da comissão técnica e da direção geral do clube.
A virada do Mixto se deve, antes de mais nada, ao amor da família Paes de Barros, paixão que vem desde o professor Ranulpho Paes de Barros, um dos fundadores do clube que lá do céu certamente está vibrando com esta conquista. Por isso o emérito professor empresta seu nome ao Centro de Treinamento Ranulpho Paes de Barros, inaugurado no ano passado. A estrutura do CT assegurou as condições adequadas para a concentração e treinamento das atletas.
O CT ocupa uma área de seis hectares no Bairro Pedra 90, com dois campos com medidas oficiais, 1.200 m² de área construída, contendo 14 apartamentos, academia de ginástica, salas de fisioterapia, consultório odontológico, salão de jogos, auditório, além da parte administrativa.
A vitória das Tigresas é uma vitória que começou na gestão eficiente do Mixto, através de um grupo liderado pelos jornalistas Dorileo Leal e Antero Paes de Barros. O maior investidor financeiro do Tigre, João Dorileo Leal, comemorou o título. “Tem muita gente que não tem noção do gigantismo deste título, o futebol feminino é o que mais cresce no mundo. Há quantos anos não víamos a torcida mixtense gritar ...É Campeão!”
Antero Paes de Barros, torcedor histórico e também investidor financeiro do Tigre, vibrou com a façanha. “É o primeiro título brasileiro conquistado por um time mato-grossense, com a melhor campanha, e sobrando no campeonato. Agora a responsabilidade é maior, porque na Série A2 temos que fazer mais e melhor. Nosso objetivo é manter essa hegemonia no futebol feminino de Mato Grosso e avançar ainda mais nas competições nacionais".
A conquista também tem a ver com o trabalho do deputado estadual Carlos Avallone (PSDB). Ele apresentou e aprovou na ALMT em 2022 o projeto de lei que estabeleceu a igualdade de gênero no futebol feminino, assegurando às equipes femininas o mesmo incentivo financeiro concedido ao masculino, além de atender os clubes participantes de todas as séries das competições organizadas pela CBF.
A Lei nº 11.734 de 12 de abril de 2022, corrigiu distorções do projeto do Executivo aprovado em 2021, que beneficiava apenas a Série A, onde está o Cuiabá EC, e não previa aportes para o futebol feminino.
“Estou muito feliz com a vitória das Tigresas, resultado também do trabalho competente de Dorileo e Antero e com a nossa contribuição através desta lei que com certeza teve um efeito muito positivo para o crescimento do esporte. A nova legislação faz justiça às mulheres, que vem apresentando um rendimento expressivo em todas as categorias do futebol, e precisam de apoio. Por isso asseguramos às mulheres os mesmos incentivos dados aos homens e hoje nós vemos com muita alegria o resultado de um conjunto de esforços, das Tigresas, da técnica, da diretoria, dos patrocinadores e financiadores", disse Avallone.
A Lei Avallone assegurou um incentivo governamental de R$ 1,5 milhões para a equipe do Mixto feminino, que no próximo ano na série A2, será de R$ 2 milhões.
O Mixto encerra hoje uma fase vitoriosa, que abre espaço e motiva novas conquistas. As tigresas provaram que nada é impossível e que uma equipe fora do eixo Rio-São Paulo pode sim vencer uma competição nacional.
Com a boa gestão financeira e administrativa, as Tigresas mostraram toda a sua força e o Tigrão certamente seguirá seus passos, recuperando o protagonismo no futebol masculino estadual e avançando nas competições nacionais.
Certamente os jogadores do Mixto também vão se mirar no exemplo destas mulheres guerreiras e vitoriosas.
Respeitem as minas, respeitem as Tigresas.
* Eduardo Ricci é jornalista em Mato Grosso
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