A intervenção não deu conta. Isso é fato em todos os setores da saúde municipal de Cuiabá, desde que, o governo do Estado resolveu intervir na administração da saúde dos cuiabanos sob argumentos de que iria solucionar os problemas, infelizmente, individuais e ocorridos na atual administração do prefeito Emanuel Pinheiro.
Há poucos dias, a justiça determinou o retorno da saúde para a Prefeitura de Cuiabá, mas, ao se deparar com o que foi entregue, o prefeito Emanuel Pinheiro questionou diversas irregularidades nas obras das unidades de saúde, como no posto de saúde do bairro Serra Dourada, entregue no último dia 31 de dezembro e que teve o prédio alagado logo na primeira chuva de 2024.
Além disso, a intervenção não atendeu 111 metas, conforme relatório de novembro entregue pela própria intervenção estadual ao Tribunal de Justiça. Além de terem sido detectados problemas para transferências de pacientes, atrasos de pagamentos de fornecedores e um atendimento de qualidade. A base do governo na Assembleia Legislativa e na Câmara de Vereadores em Cuiabá não aceitaram as críticas feitas pelo prefeito Emanuel Pinheiro, que avaliou os problemas encaminhados por vídeos dos moradores do Serra Dourada, relatando o descaso da intervenção, que fez inauguração dessa obra a menos de um mês.
A população doente pela saúde frágil e pior de tudo, doente pela falta de respeito da intervenção, que na contramão da “moralização” dos serviços de saúde, não fez metade do que se comprometeu. Ficou feio para os apoiadores da intervenção que fazem chacota com a situação gravíssima que atinge toda a população.
O que eles querem é esconder os fatos e colocar a culpa da deficiência da intervenção, na conta da prefeitura. E o município não vai esconder os fatos da sociedade.
A cada dia, surgem reclamações do péssimo atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento de Saúde (UPAs), Policlínicas e até no Hospital Municipal de Cuiabá, que, até a intervenção estadual, era referência pela qualidade na prestação dos serviços e no atendimento à população cuiabana.
A intervenção estadual de saúde não cumpriu com sua função e, ao contrário de fortalecer a saúde municipal, demonstrou ineficiência administrativa, apresentado centenas de irregularidades, que vão desde a compra irregular de remédios básicos a denúncias de desvios de conduta e de recursos financeiros, tendo, inclusive, 22 pessoas - com participação de servidores da saúde estadual - citadas nas últimas denúncias do MP, por peculato, formação de quadrilha e fraudes em licitações.
Uma reportagem no mês passado mostrou que o posto de saúde do bairro Pedregal está abandonado e os servidores correndo risco no atendimento precário aos moradores, diante dos inúmeros problemas na estrutura, muitas rachaduras, sem ar condicionado, portas quebradas, banheiros sem condições de uso, cadeiras quebradas e forro do teto danificado.
A intervenção deveria ter feito 37 obras no setor e concluiu somente quatro obras de reforma de postos de saúde. Diante das irregularidades, não era possível que a justiça estadual mantivesse a prorrogação da intervenção do Estado sobre a saúde do município. Com o retorno da administração da pasta pela Prefeitura de Cuiabá, duas greves que estavam em curso na intervenção já foram encerradas. A atuação da prefeitura continuará firme no setor da saúde que é fundamental para a vida de todos nós. A intervenção não deu conta.
*LUIS CLÁUDIO é vereador em Cuiabá
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