EDUCAÇÃO

Ação integrada resulta em recursos para creches e fortalece combate à evasão escolar no primeiro semestre

Por Secom TCE/MT
Publicado em 28-07-2024 às 10:29hrs
A Comissão Permanente de Educação e Cultura do TCE-MT mostrou que a integração é a chave para o avanço das políticas públicas educacionais

Neste primeiro semestre, a Comissão Permanente de Educação e Cultura (Copec) do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) mostrou que a integração é a chave para o avanço das políticas públicas educacionais. Liderada pelo conselheiro Antonio Joaquim, a equipe fortaleceu ações de combate à evasão escolar e de melhoria da qualidade da alfabetização no estado, bem como foi fundamental na articulação para garantia de recursos para obras de creches.

Graças à mobilização junto às demais instituições que compõem o Gabinete de Articulação para a Efetividade da Política de Educação (Gaepe-MT), cerca de R$ 20 milhões serão destinados pelo Executivo para a construção de 15 unidades em 14 municípios ainda neste ano. O valor é parte dos R$ 122 milhões previstos para o setor na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas quase foi perdido em razão das vedações impostas pela legislação eleitoral.

Diante disso, ao longo de junho, o TCE-MT liderou uma força-tarefa para assegurar que os investimentos fossem feitos ainda neste ano. “Costumo dizer que lugar de criança é no orçamento, porque é preciso recursos para ajudar a melhorar a vida das crianças brasileiras. Então, o resultado dessa série de reuniões nada mais é que a execução da LDO, que já previa os repasses para as creches”, explica Antonio Joaquim.

O presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo, ressalta que este foi o primeiro passo para redução de um déficit de 12 mil vagas no estado, apontado em estudo do Gaepe-MT. “Esta é a demanda declarada, mas o número pode ser muito maior, passando de 30 mil vagas. Vimos que tanto os prefeitos quanto o Estado querem fazer, mas, às vezes, o que falta é todos sentarem na mesma mesa para discutir, como vem ocorrendo no Tribunal.”

Em um desses debates liderados pelo Tribunal de Contas, ficou definido, por exemplo, que os municípios aptos a receberem os repasses contariam com auxílio da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) na adequação de projetos de creches. A partir disso, as propostas foram encaminhadas para análise da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT).

“O Estado está comprometido em auxiliar os gestores, atuando em um regime de colaboração, tanto que praticamente todos os municípios possuem convênios em diversas áreas. Estamos à disposição para analisar esses projetos e dar o apoio necessário”, adiantou à época o titular da Seduc-MT, Alan Porto.

Agora, os valores anunciados pelo Executivo estadual contemplarão obras novas e inacabadas, anteriormente pactuadas com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em Cáceres, Colniza, Cotriguaçu, General Carneiro, Marcelândia, Mirassol D’Oeste, Poconé, Porto Estrela, Rondolândia, Santo Antônio do Leverger, Santa Terezinha, São José do Povo e São José dos Quatro Marcos.   

Primavera do Leste, onde o presidente da AMM, Leonardo Bortolin é prefeito, também está na lista de municípios onde o problema foi resolvido. “Parte das obras inacabadas se deve à burocracia junto ao FNDE. Dou exemplo do que acontece em Primavera do Leste, onde uma obra está há mais de sete anos parada e a gente não conseguia ter acesso ao recurso para dar continuidade”, pontuou Bortolin.

Orçamento

 

Em 2023, a Assembleia Legislativa (ALMT) atendeu à solicitação do Gaepe-MT e destinou orçamento específico para construção e ampliação de creches: R$ 444 milhões no Plano Plurianual (PPA 2024/2027), que correspondem a R$ 122 milhões anuais previstos na LDO. No início de 2024, contudo, a emenda que assegurava esses recursos foi retirada dos projetos orçamentários.

Diante disso, o Gaepe-MT, que é formado por outras 18 instituições além do TCE-MT, se mobilizou pela manutenção do texto. “Essa decisão foi um exemplo da boa política, pois tira um tema do discurso e o coloca na prática. A primeira infância é tema de muitos discursos, porém, o que realmente importa é a existência de recursos”, enfatizou Antonio Joaquim ao comemorar o posicionamento do Legislativo, anunciado em março.

Qualidade da alfabetização e combate à evasão escolar

 

Os esforços não se restringem à primeira infância. Em maio, o Tribunal anunciou que passará a analisar a implantação do Busca Ativa Escolar nos municípios nas fiscalizações do biênio 2024/2025. Aprovada por unanimidade em Plenário no mês de abril, a proposta foi embasada em levantamento da Copec que mostra a baixa adesão à estratégia, implementada de forma integral em menos da metade do estado.

O estudo considerou as cinco etapas do programa desenvolvido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e apontou que 80% dos municípios cumpriram as duas primeiras fases, referentes à adesão e indicação de coordenadores. Em 41% deles foi criado o comitê gestor do programa e em 35% houve mapeamento dos atores necessários à sua execução. Já na última fase, referente ao plano de elaboração, a porcentagem é de 37,5%.

Para combater a evasão e o abandono escolar, a plataforma do Busca Ativa compila informações que subsidiam equipes intersetoriais locais que garantem a matrícula, permanência e aprendizagem de crianças e adolescentes. “Nessa fiscalização é hora de identificar formalmente se houve omissão e, a partir daí, pode-se propor algum tipo de sanção ou dar um novo prazo ao gestor”, afirmou Antonio Joaquim.

Em outra frente educacional, a Comissão fiscaliza as ações do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA), que objetiva a melhoria dos resultados de alfabetização, com atenção à redução das desigualdades de aprendizagem entre os estudantes. O programa foi instituído em 2023 pelo Ministério da Educação (MEC) em colaboração com estados e municípios.

Por meio de levantamento coordenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) junto a outros 24 tribunais de contas, é analisado o cumprimento das medidas dispostas no Decreto Federal n° 11.556/2023, que regulamenta o CNCA. A meta proposta pelo documento é a alfabetização de todas as crianças do Brasil até o final do 2º ano do ensino fundamental e a recuperação da aprendizagem entre aquelas afetadas pela pandemia.

Monitoramento

 

Para reforçar o monitoramento dos resultados destas ações, a Comissão atualizou o painel Educação do Radar de Controle Público que, desde abril, conta também com o número de matrículas, professores turmas e escolas em atividade no estado. Os dados se somam a outros indicadores já presentes na plataforma e permitem a análises sobre o custo anual de cada aluno, tamanho das turmas e quantidade de alunos por professor, dentre outros.

Segundo Volmar Bucco Junior, membro da Copec, a partir de bases oficiais, como o Censo Escolar, o painel garante mais transparência na gestão pública da política educacional. “Muitas vezes, por meio do dado bruto não é possível fazer essas análises. Nosso objetivo foi criar um repositório de informações úteis para o cidadão, mas também para os dirigentes e gestores fazerem o planejamento e monitoramento de seus resultados.”

A novidade foi lançada durante o evento “Estratégias Colaborativas para uma Governança Pública Participativa e Efetiva na Educação”, que reuniu mais de 400 pessoas em debates sobre qualificação, gestão e resultados no setor. Paralelamente, também foram realizados o II Seminário dos Conselhos Municipais do Fundeb e o XVII Encontro Estadual dos Conselhos Municipais de Educação de Mato Grosso.

Em palestra magna, o ministro-substituto do Tribunal de Contas da União (TCU) Weder de Oliveira chamou a atenção para a importância da coordenação e colaboração entre os entes federativos para o avanço do setor. “A educação é essencial não apenas para o desenvolvimento técnico, mas para que as pessoas possam desenvolver toda sua potencialidade ao longo da vida e para que possam exercer a cidadania”, afirmou.

 

Comentários (0)

A Verdade MT não se responsabiliza pelos comentários aqui postados. A equipe reserva-se, desde já, o direito de excluir comentários e textos que julgar ofensivos, difamatórios, caluniosos, preconceituosos ou de alguma forma prejudiciais a terceiros. Textos de caráter promocional, inseridos sem a devida identificação do autor ou que sejam notadamente falsos, também poderão ser excluídos.

Lembre-se: A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica. Você pode optar por assinar seu comentário com nome completo ou apelido. Valorize esse espaço democrático agradecemos a participação!

Outras Notícias

ECONOMIAVer Mais