O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou R$ 3,2 bilhões para projetos da iniciativa Rotas para a Integração. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 2 de julho, pelo presidente da instituição, Aloizio Mercadante, durante a participação no “Foro Internacional: Integración y Solidaridad Regional”, que ocorreu na sede da CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe), em Montevidéu, no Uruguai. Participaram do encontro Pepe Mujica, ex-presidente daquele país; Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia; e o presidente-executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados.
“O Rotas é importante porque vai unificar os dois oceanos, vai aumentar nossa competitividade, vai reduzir o custo logístico e permitir que as cadeias produtivas se integrem no comércio e no investimento regional. Nós precisamos ter foco para avançar a integração e ter projetos estruturantes. As rotas são projetos estruturantes, assim como a integração energética, fibra ótica e todas essas possibilidades”
Aloizio Mercadante
Presidente do BNDES
O Rotas é o maior fundo já construído para a integração da América do Sul e do Mercosul. Foi assinado em dezembro de 2023 e prevê investimentos de até R$ 50 bilhões, com recursos do BNDES, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) e do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). A instituição brasileira tem participação de R$ 15 bilhões no fundo para investimentos em empresas nacionais, dos quais já desembolsou R$ 2 bilhões.
“O Rotas é importante porque vai unificar os dois oceanos, vai aumentar nossa competitividade, vai reduzir o custo logístico e permitir que as cadeias produtivas se integrem no comércio e no investimento regional. Nós precisamos ter foco para avançar a integração e ter projetos estruturantes. As rotas são projetos estruturantes, assim como a integração energética, fibra ótica e todas essas possibilidades”, disse Mercadante.
No evento, o presidente do BNDES defendeu maior integração da região e maior compartilhamento de mercados, para que os países enfrentem a concorrência externa, principalmente nas políticas de protecionismo comercial dos Estados Unidos e da União Europeia. “Concorrência predatória, que inviabiliza a industrialização e dificulta agregar valor às nossas economias, que estão sendo empurradas para voltarem ao papel histórico de só exportar comodidades”, completou.
ROTAS – No âmbito do Rotas para a Integração, o BNDES apoia 29 empreendimentos no território nacional, entre eles: financiamento e estruturação de projetos para rodovias; expansão da malha ferroviária e aquisição de equipamentos para o transporte das cargas; expansão de aeroportos; e investimento em energia no Pará.
O objetivo do Rotas para a Integração é apoiar projetos estratégicos, primordialmente de infraestrutura e de integração nas áreas social, ambiental e institucional, por meio de cinco rotas de integração e desenvolvimento sul-americano: Rota da Ilha das Guianas (inclui Amapá e Roraima e partes do Amazonas e do Pará); Rota Multimodal Manta-Manaus (Amazonas e partes de Roraima, Pará e Amapá, interligada principalmente por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador); Rota do Quadrante Rondon (Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato Grosso, conectada com Bolívia e Peru); Rota de Capricórnio (Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, a Paraguai, Argentina e Chile); e Rota Porto Alegre-Coquimbo (Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, Uruguai e Chile).
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