POLITICA

Botelho detona PL do Aborto: “Um erro grotesco que criminaliza as mulheres”

Por Da redação ÚnicaNews.com.br
Publicado em 21-06-2024 às 09:27hrs
Caso seja aprovado, o PL prevê uma prisão de até 20 anos para mulheres que submeteram ao método.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), afirmou ser totalmente contra a aprovação do Projeto de Lei n° 1904/2024, que prevê pena de homicídio para mulheres que realizarem o aborto após 22 semanas de gestação, inclusive em casos de estupro, quando o aborto legal é permitido pela Constituição Federal. Caso aprovada, a medida prevê uma pena de 20 anos de cadeia, quase o dobro da aplicada aos estupradores.

Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (19), Botelho afirmou que o projeto, de autoria do deputado federal do Rio de Janeiro, Sóstenes Cavalcante (PL), serviu apenas para criminalizar ainda mais as mulheres vítimas de violência, que já são constantemente julgadas perante a sociedade. Ele pontua que a apresentação do PL na Câmara dos Deputados foi um erro grotesco.

“Eu acho que criminalizar as mulheres foi um erro gritante. Acusar as mulheres é um erro tremendo. Acho que este PL nem vai para frente, está pesando muito. As mulheres já são violentadas, querer criminalizar mais as mulheres? Pelo amor de Deus aí é falta de bom censo e até de amor”, disse o deputado.

Botelho disse que a decisão pela retirada do feto cabe somente a mulher, ele lembra que vítimas de violência sexual precisam de acolhimento rapidamente e depois decidir se quer prosseguir com a gestão ou não.

“A mulher tem o direito por lei de decidir. Ela que tem que decidir, ela que sofreu, foi massacrada e judiada. Cabe a ela essa decisão, não sou eu, não é Lula e ninguém. A mulher que foi violentada precisa tomar a decisão de abortar ou não, o mais rápido possível. Tem que passar por psicólogo, dar assistência e depois a decisão”, finaliza o presidente da Assembleia.

O PL DO ABORTO
A proposta de autoria do deputado federal do Rio de Janeiro, Sóstenes Cavalcante (PL), é alvo de polêmica e de debates entre os parlamentares e a sociedade, pois pode representar uma grave ameaça aos direitos das mulheres.

O texto altera o Código Penal Brasileiro, que atualmente não pune o aborto em caso de estupro e não prevê restrição de tempo para o procedimento. O código também não pune o aborto quando não há outro meio de salvar a vida da gestante.

O PL do deputado bolsonarista prevê uma pena maior às mulheres do que o próprio Código estabelece nos crimes de estupro, citado no artigo 213. A pena mínima é de 6 anos quando a vítima é adulta, mas pode chegar a 15 anos.

Caso seja aprovado, o PL prevê uma prisão de até 20 anos para mulheres que submeteram ao método.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) deixou a votação conclusiva do PL para o segundo semestre, diante das reações negativas.

 

Comentários (0)

A Verdade MT não se responsabiliza pelos comentários aqui postados. A equipe reserva-se, desde já, o direito de excluir comentários e textos que julgar ofensivos, difamatórios, caluniosos, preconceituosos ou de alguma forma prejudiciais a terceiros. Textos de caráter promocional, inseridos sem a devida identificação do autor ou que sejam notadamente falsos, também poderão ser excluídos.

Lembre-se: A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica. Você pode optar por assinar seu comentário com nome completo ou apelido. Valorize esse espaço democrático agradecemos a participação!

Outras Notícias

SEGURANÇAVer Mais