Em uma reunião extraordinária na segunda-feira (26), a ANVISA) negou a importação da Sputinik V,
vacina russa desenvolvida pelo Instituto Gamaleya contra a Covid-19. Ao todo, 14 governadores e dois prefeitos buscavam autorização para trazer o imunizante ao país.
A decisão da Anvisa foi tomada com a recomendação de rejeição por parte das três gerências técnicas e o voto unânime dos cinco diretores que compõem a Diretoria Colegiada (Dicol). O principal ponto citado pelos técnicos da agência foi a identificação do que chamam de "adenovírus replicantes", vírus que poderiam potencialmente se replicar e atingir órgãos e tecidos do corpo.
Em nota e em entrevista coletiva, o presidente do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), Kirill Dmitriev, negou a existência de adenovírus replicantes, disse que a Sputnik V possui o melhor sistema de filtragem e ocorrência zero de casos de trombose.
O presidente do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), Kirill Dmitriev, demonstrou surpresa com a decisão e afirmou em coletiva de imprensa que a agência agiu sob uma suposta pressão política dos Estados Unidos.
Em resposta ao RDIF, o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos, Gustavo Mendes, disse que "o corpo técnico da Anvisa não está embasado em questões políticas, internacionais ou outras que não sejam a ciência".
Segundo Mendes, o principal motivo da Anvisa em não aprovar a vacina foi a falta de documentação consistente e confiável sobre o medicamento. "A pandemia exige critérios que sejam diferenciados, que considerem o risco-beneficio e a urgência da questão", completou Mendes.
O representante russo defendeu a segurança do imunizante, que já teve os dados de eficácia publicados na revista científica "The Lancet". O Instituto Gamaleya de Pesquisa da Rússia aponta uma taxa de 91,6% em participantes nos ensaios clínicos das fases 1 e 2. A análise do estudo de fase 3 está em andamento.
De acordo com o fundo, devido à decisão da Anvisa o Brasil já não é mais uma prioridade para a negociação da vacina. Contudo, Dmitriev disse que conversou com os governadores brasileiros que se houver interesse no futuro lutará para a parceria ser mantida. Outra declaração do CEO foi de que o fundo apresentou mais documentos à agência do que outros 62 países.
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