O Instituto Butantan entrega, neste domingo (28), um lote com 600 mil doses da vacina Coronavac, contra a Covid-19, ao Ministério da Saúde. De acordo com o instituto, este lote completa um total de 3,753 milhões de doses entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde terça-feira (23).
Nos próximos dias, serão entregues outros lotes para o governo federal, mas as quantidades ainda não foram divulgadas.
Na terça-feira (23), foram entregues 1,2 milhão de doses da vacina CoronaVac para o governo federal. No mesmo dia, Dimas Covas, diretor do Butatan, disse que "8,2 mil litros de insumo da vacina devem chegar até o dia 2 de março. Ao menos três milhões de doses poderão ser produzidos a partir do insumo".
Os lotes fazem parte dos acordos firmados entre o Instituto e o governo federal para a entrega da vacina feita pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Butantan.
Na semana passada, o Ministério da Saúde assinou contrato com o Instituto Butantan para o fornecimento de 54 milhões de doses da vacina Coronavac. O montante se soma às 46 milhões já adquiridas, totalizando 100 milhões de doses da CoronaVac a serem entregues até setembro.
Segundo o Ministério da Saúde, o Butantan deve entregar 52 milhões de doses da CoronaVac para o governo federal até o final de abril. Antes, a previsão do governo federal era receber 46 milhões de doses até esta data.
Em coletiva de imprensa no dia 16 de fevereiro o diretor do Butantan também afirmou que pretende aumentar a capacidade de envase para antecipar a entrega de todas as 100 milhões de doses até agosto.
"Com relação ao contrato adicional de 54 milhões de doses assinado com o Ministério da Saúde, no programa contratado a última entrega seria em setembro. Nós vamos fazer todo o esforço para adiantar a produção e essa entrega e esperamos que, no máximo em agosto, tenhamos a entrega total de 100 milhões de doses", disse Dimas Covas.
Ainda de acordo com o diretor, o Butantan dobrou o número de funcionários que trabalham diariamente no envase da vacina de 150 para 300.
Dimas Covas também prevê que a capacidade de envase do Butantan pode dobrar a partir de abril, de até um milhão de doses por dia para dois milhões por dia.
O aumento será possível quando uma fábrica que atualmente está sendo usada para a produção da vacina contra a gripe será destinada para a CoronaVac.
A vacinação no país deve seguir o Plano Nacional de Imunização (PNI), que define quais pessoas devem ser vacinadas primeiro.
No entanto, ainda não há doses suficientes no país para imunizar todas as 77 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos considerados prioritários pelo Ministério da Saúde.
Os estados e municípios têm autonomia para definir seus calendários de vacinação, e várias cidades no país estão vacinando profissionais da saúde que não estão na linha de frente do combate à Covid-19, como biólogos, terapeutas e psicólogos.
Em São Paulo, 21 das 39 cidades da Região Metropolitana escolheram vacinar profissionais como veterinários, educadores físicos e nutricionistas de todas as idades antes de ampliar a vacinação para os idosos. Na capital, esses profissionais só podem ser vacinados a partir dos 60 anos.
A escassez da vacina fez com que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinasse no dia 8 de fevereiro que governo defina uma ordem de preferência, entre os grupos prioritários, para orientar a vacinação contra a Covid-19.
Segundo Lewandowski, não está claro qual desses grupos deveria ser atendido primeiro. A ideia é que o governo organize essas populações em uma lista de preferência, utilizando como critério o grau de risco da Covid-19 a cada grupo.
Pelo país, várias prefeituras já começaram a suspender a vacinação por falta de imunizantes.
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