O jornalista Pedro Pinto de Oliveira, que coordena o marketing do candidato a prefeito de Cuiabá Lúdio Cabral (PT), diz que a estratégia deste segundo turno é mostrar aos eleitores que o “discurso vazio” é a grande fragilidade do adversário Abílio Brunini (PL).
No primeiro turno, Abílio foi o mais votado com 126.944 (39,61%) votos. Lúdio teve 90.719 (28,31%).
Em entrevista ao MidiaNews, Oliveira acusou Abílio de usar fake news e discussões ideológicas, que nada agregariam ao debate sobre a cidade. Ele também disse que o rival equipara a disputa eleitoral a uma guerra, quando ataca Lúdio.
“A orientação é mostrar o quão vazio é o discurso dele. Essa é a fragilidade do candidato adversário. Quando ele ataca, transforma a eleição em uma guerra e a população está vendo isso. Ele não tem propostas, não respeita o eleitor e foge para discussões ideológicas”, avaliou.
“Esse jeito truculento de tratar os eleitores é uma demonstração clara da fraqueza do candidato. Ele não tem nada a oferecer, a não ser briga. Cuiabá quer briga? A população sabe que não”, afirmou.
Para ele, o discurso do adversário convence somente o grupo de eleitores que espera uma postura mais incisiva. Ele, contudo, garante que Lúdio não rebaterá os ataques.
O marqueteiro ainda negou que a conduta menos reativa de Lúdio possa dificultar a adesão de novos eleitores. Pedro Pinto de Oliveira disse que, nas redes sociais, os cidadãos reconhecem a serenidade e o compromisso da campanha do petista.
“O Lúdio não vai entrar na discussão de rebater ataques. Ele tem mostrado a fragilidade da candidatura, que se sustenta em mentiras e fake news. A cada ataque recebido, ele se compromete a dialogar mais com a cidade e não sobre esquerda e direita, que não é interessante para as pessoas. O debate é entre quem é mais preparado e quem só vai falar para a bolha”, disse.
“A cada ataque, Lúdio se mostra sereno nas redes sociais. Isso é uma distinção favorável. Ele dá as respostas que Cuiabá quer e mostra quem tem mais compromisso. As pessoas sabem fazer distinção. Então os ataques podem ser engraçados, mas Cuiabá não vai rir hoje para chorar por quatro anos. Nas redes há pancadas, mas não são determinantes”, acrescentou.
“Ocultação” do PT
Pedro Pinto de Oliveira disse que não orientou Lúdio a retirar da propaganda eleitoral elementos clássicos do PT, como a estrela, a cor vermelha e vídeos de apoio do presidente Lula.
Nos bastidores, a ausência de elementos partidários foi vista como uma maneira de conquistar o voto de eleitores posicionados ao centro e direita. A condução teria se baseado na eleição presidencial de 2022, quando o PT teve baixa votação em Cuiabá. Na época, o candidato Jair Bolsonaro (PL) teve 61,50% dos votos e Lula 38,50%.
Segundo o marqueteiro, a estratégia foi a de dialogar com todos os tipos de eleitores. Para ele, a tática fez com que a equipe de Abílio se sentisse desesperada.
“Lúdio não se afastou do Partido dos Trabalhadores, mas o candidato tem que falar para todo mundo. Essa é uma orientação de respeito à população e para quem quer o voto da maioria, inclusive de quem não gosta do partido dele. Os militantes do PT compreendem isso claramente”, avaliou.
“Os adversários estão frustrados e desesperados porque encontraram um candidato com o compromisso de dialogar com todo mundo, inclusive até eleitores do Bolsonaro votarão nele. Não tem problema. A lógica dos adversários é: tem que botar a estrela, vestir vermelho… Eles queriam que fosse assim, mas não é. Ele não tem uma cor só, tem todas as cores que possam representar os cuiabanos”.
Marketing adversário
O marqueteiro revelou que, apesar de coordenar a campanha de Lúdio, trabalhou contra o petista em duas oportunidades. A primeira foi na eleição para prefeito de Cuiabá em 2012, quando assessorou Mauro Mendes (União). E a segunda na disputa para governador de Mato Grosso, em 2014, como marqueteiro de Pedro Taques.
Apesar do passado competitivo, disse que manteve uma relação de amizade com Lúdio.
“Lúdio é uma pessoa que estimo muito, independentemente de embates anteriores. Essa foi a primeira vez que pudemos trabalhar juntos e é uma satisfação, porque é uma pessoa muito preparada, sabe ouvir e discutir. Isso facilita o trabalho da comunicação”, afirmou.
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