Os 600 comerciantes (que geram cerca de três mil empregos diretos e indiretos) que perderam toda a estrutura de trabalho e estoque de produtos durante o incêndio de 15 de julho, que dizimou o maior centro comercial do Centro-Oeste, o Shopping Popular, irão atuar - temporariamente - no campo de futebol e pista de atlestismo do Complexo Esportivo Dom Aquino. O anúncio foi realizado na manhã desta terça-feira (23) pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que visitou o local e dialogou com os camelôs que montaram barracas às margens da calçada para garantir o sustento de suas famílias. O gestor anunciou ainda que na quarta-feira (24) irá assinar no local o projeto de lei que será enviado à Câmara Municipal (em regime de urgência), permitindo o uso do espaço pela Associação do Shopping Popular.
“Quero assinar amanhã, aqui, este projeto para encaminhá-lo à Câmara Municipal e pedir que não sejamos omissos diante de uma tragédia dessa proporção. Todos esses camelôs, todas essas famílias, merecem nosso apoio e solidariedade. Como prefeito da capital, não consigo ficar quieto e omisso. Pelo amor de Deus, é uma questão de solidariedade. O povo de Cuiabá é tão solidário, tão presente na vida das pessoas ao longo da sua história, especialmente diante das tragédias e de momentos de superação. Não é possível que, diante de uma tragédia dessa proporção, como a destruição repentina do local de trabalho de centenas, milhares de trabalhadores camelôs, fiquemos indiferentes. Muitos perderam tudo do dia para a noite, com o chão se abrindo sob seus pés e o mundo acabando para eles. Vou enviar a lei para a Câmara, garantindo que eles tenham um lugar no campo de futebol”, declarou o gestor.
O gestor ainda reforçou que o diálogo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPE-MT) terá continuidade. “Para vocês terem uma ideia, há famílias aqui com 5 ou 6 camelôs dividindo a mesma mesa, a mesma barraquinha, compartilhando o espaço para que cada um possa sobreviver. É uma situação desesperadora. Eu respeito muito o Ministério Público e vamos defender nossa posição na justiça. Esta é uma questão de solidariedade humana. Entendo que o Ministério Público tem um entendimento diferente, mas como prefeito da capital, não posso ficar quieto diante dessa tragédia. Precisamos ter sensibilidade. E é essa sensibilidade que peço aos atletas também. Imaginem se fosse alguém da sua família, seu pai, sua mãe, seus filhos. Não é possível que não possamos encontrar uma solução, seja levando a prática esportiva para outra região da cidade ou encontrando uma convivência pacífica. Essa é uma questão atípica e trágica que exige empatia e ação. Vou conversar com os atletas e com o Ministério Público, mas não podemos virar as costas para centenas e milhares de pais e famílias que foram colocados na rua de uma hora para outra, diante de uma das maiores tragédias que abateu Cuiabá. Não podemos aceitar isso como normal”, finalizou o gestor.
A visita foi acompanhada pelo secretário de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Francisco Vuolo, e pelo vice-prefeito e secretário municipal de Obras Públicas, José Roberto Stopa.
Desde a tarde de segunda-feira (15), as secretarias municipais já possuem determinações específicas para atuação considerando a tragédia ocorrida.
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