Os mandados de prisões são cumpridos em desfavor do superintendente de saúde, chefes da farmácia da Upa Ipase e de um empresário do ramo de medicamentos — Foto: Polícia Civil
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), cumpriu 22 mandados contra envolvidos em um esquema de desvio de medicamentos da farmácia da Unidade de Pronto Atendimento (Upa Ipase) de Várzea Grande. Entre os alvos estão o superintendente de saúde do município, chefes da farmácia e um empresário do ramo de medicamentos que foram presos. A ação foi realizada na manhã desta segunda-feira (22), durante a "Operação “Fenestra”
A prefeitura informou que aguarda a Procuradoria do Município ser citada das ordens judiciais para uma posição oficial, e que a princípio, a posição do prefeito é de demissão de cargos comissionados e afastamento de servidores de carreira, com abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
De acordo com a Polícia, foram cumpridos quatro ordens de prisão, oito de busca e apreensão, quatro mandados de suspensão do exercício de função pública de agentes públicos da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, além de mandado de sequestro de veículo pertencente ao superintendente de Saúde do município.
Ainda de acordo com a polícia, também foram determinadas quatro medidas cautelares a investigados que responderão em liberdade, mas a proíbidos de frequentarem qualquer unidade de saúde, hospital ou pronto socorro público de Várzea Grande, exceto como pacientes.
A ação foi realizada na manhã desta segunda-feira (22), durante a "Operação “Fenestra” — Foto: Polícia Civil
As investigações constataram que, no período de pandemia, uma janela foi aberta nos fundos da farmácia da Upa, supostamente para evitar o contato entre pacientes e servidores, mas, evidências indicam que o local foi utilizado para os desvios de medicamentos.
Conforme a polícia, servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, dentre eles o superintendente, chefes de farmácia, motoristas e auxiliares estão envolvidos.
A Deccor informou que há indícios de que que os medicamentos eram recebidos por um empresário que atua no ramo de medicamentos, que utilizava “laranjas” para pagar vantagem indevida a agentes públicos, por meio de transferências bancárias e compra de veículo, para a ocultar os bens e valores.
Ainda de acordo com a Deccor, foi identificado alteração irregular no sistema de dados relacionados ao controle de saída de medicamentos da Upa, para ocultar a saída ilícita de remédios, sendo inclusive dispensado medicamentos para pacientes que já tinham morrido.
Durante as investigações também foi demonstrado que o desvio de medicamentos era liderado pelo superintendente de saúde de Várzea Grande, o que destaca, em especial, a atuação delituosa dos agentes públicos, chefes de farmácia, sem a qual certamente os fatos não ocorreriam em prejuízo da farmácia da Upa, informou a polícia.
Os investigados devem responder pelo crime de associação criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação, corrupção passiva, extravio de documento e lavagem de dinheiro.
Fesnestra faz alusão à palavra em latim que significa janela, que foi aberta no fundo da farmácia Upa Ipase no período pandêmico para o desvio de medicamentos.
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