Durante a programação da FIT Pantanal, o Fórum Empresarial de Desenvolvimento Econômico reuniu representantes de redes hoteleiras e o Governo do Estado na quinta-feira (05.6) para debater um dos gargalos do desenvolvimento do turismo em Mato Grosso: a carência de investimentos na rede hoteleira, especialmente em cidades impulsionadas pelo agronegócio e pelo turismo de negócios.
Com operações já estabelecidas em Várzea Grande, Rondonópolis e Primavera do Leste, a rede Slaviero projeta novas unidades em municípios como Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop e Nova Mutum. Para o diretor de Novos Negócios da empresa, Diego Soares, o crescimento acelerado do estado contrasta com a ausência de infraestrutura hoteleira adequada.
“Há carência tanto de quantidade quanto de bandeiras profissionais operando. E nosso foco é justamente oferecer qualidade de serviço a uma região que ainda não foi vista com a clareza que merece”, afirmou.
A Rede Inter também aposta no potencial do interior. Alex Morales, gerente geral e diretor de marketing e vendas, reforçou que o setor precisa estar atento principalmente às cidades do agro.
“O agro é o que está puxando hoje a hotelaria. Tem cidades que comportam mais hotéis, mesmo com algumas unidades sendo renovadas. Mas também temos dificuldades, principalmente com mão de obra e suprimentos básicos”, disse.
Para além da iniciativa privada, o poder público também reconhece a necessidade de ampliar a rede de hospedagem e criar um ambiente mais atrativo ao investidor. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda, destacou que a visão sobre o turismo está em transformação.
“Estamos tratando o turismo como segmento econômico. Ele é uma das indústrias mais limpas que existem, gera renda e emprego. E é também uma maneira de combater as narrativas equivocadas sobre a Amazônia”, pontuou, lembrando que Mato Grosso preserva mais de 60% de seu território.
O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, reforçou que Mato Grosso tem capital local suficiente para investimentos em unidades de médio porte, conhecidas como mid-scale.
“O investidor mato-grossense, especialmente ligado ao agro, tem buscado diversificar. Há várias modelagens possíveis, desde a construção com gestão própria até parcerias com redes que embandeiram os empreendimentos”, explicou.
Atualmente, no Brasil com 152 projetos hoteleiros em desenvolvimento, incluindo redes e parques temáticos, cerca de 23 mil unidades habitacionais, um crescimento de 57 novos projetos neste ano em relação a 2024, quando havia 141 projetos hoteleiros em construção.
“Cidades médias com foco em negócios são a nova tendência. E para isso, estamos trabalhando com melhorias no ambiente regulatório, isenções e incentivo ao crédito. Áreas especiais de interesse turístico, com benefícios fiscais, podem ser uma saída estratégica para regiões como Mato Grosso”, disse coordenadora-geral de Atração de Investimentos do Ministério do Turismo, Cinthia Fernanda Garcia Marques.
Os dados confirmam o bom momento. Segundo o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau Junior, o turismo arrecadou mais de R$ 91 milhões em ICMS em 2023, um crescimento de 25% em relação ao ano anterior.
“Mesmo assim, ainda sentimos dificuldades em melhorar a recepção aos turistas. Queremos apresentar aos investidores o potencial do estado e criar um ambiente favorável aos negócios”, afirmou.
O presidente da MT Par, Wener Santos, chamou atenção para o Parque Novo Mato Grosso, que está sendo construído em Cuiabá com o objetivo de atrair grandes eventos e turistas de todo o Brasil.
“Será o maior parque multieventos da América Latina. Teremos a maior roda gigante do continente, kartódromo, toboágua e estrutura de entretenimento de alto nível. Precisamos, no entanto, de rede hoteleira de qualidade para atender esse fluxo”, disse.
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