SAÚDE

"Até final do ano acabou vírus já", afirma Bolsonaro

Por Folhapress
Publicado em 06-03-2021 às 15:31hrs
Brasil registrou nesta sexta 1.760 mortes pela Covid, completando 7 dias seguidos de recordes
presidente jair bolsonaro

No momento mais duro da pandemia da Covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a minimizar a doença, criticou medidas de isolamento social e disse que até o final do ano "acabou o vírus".


"Falei para esse ano ter o encontrão lá, não tem esse negócio de vírus, não. Até o final do ano acabou vírus já, com toda certeza", declarou o presidente a um grupo de apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada. As falas de Bolsonaro foram transmitidas por um site bolsonarista.


Em 12 de abril de 2020, porém, Bolsonaro já tinha dito que a pandemia parecia estar chegando ao fim, durante videoconferência com líderes religiosos em comemoração à Páscoa. "Parece que está começando a ir embora essa questão do vírus, mas está chegando e batendo forte a questão do desemprego."


O Brasil registrou, nesta sexta-feira (5), 1.760 mortes pela Covid-19, completando sete dias seguidos de recordes na média móvel de óbitos pela doença. O novo maior valor da média agora é de 1.423. O recorde anterior era de 1.361. Dessa forma, o país completa 44 dias com média móvel de mortes acima de 1.000. Além disso, o número de óbitos registrados nesta sexta-feira é o terceiro maior valor diário de toda a pandemia.


O quadro de crise no Brasil se agrava com a falta de vagas em UTIs em diversos estados do país e a circulação de uma nova variante do vírus, considerada por especialistas mais transmissível.


Bolsonaro criticou novamente as medidas de isolamento social que prefeitos e governadores tentam estabelecer no país.


"Se tivesse o PT no comando do Brasil pode ter certeza que estava todo ele fechado", disse. "Até a desacreditada OMS [Organização Mundial da Saúde] diz que lockdown não funciona, e só serve para quase uma coisa só: transformar os pobres em mais pobres."


A afirmação do mandatário, porém, é incorreta. A entidade considera que políticas de isolamento social e de redução da circulação de pessoas são eficazes para conter a disseminação do vírus.


Nesta sexta, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que "o Brasil tem que levar a sério" a pandemia, não só em benefício de sua própria população mas porque está prejudicando os países vizinhos.


Ghebreyesus disse que o Brasil precisa adotar "medidas de agressivas de saúde pública e sociais" que contenham a transmissão do coronavírus, ao lado de uma campanha intensiva de vacinação.

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