Dados divulgados nesta quinta-feira, 21 de março, pelo Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), poderão ajudar os governos Federal, estaduais e municipais a melhor orientarem suas políticas de acordo com os públicos-alvo. O censo demográfico é a principal fonte de referência sobre as condições de vida da população em todos os municípios do país e em seus recortes territoriais internos.

A pesquisa detalha a população residente e de domicílios por setores censitários no Brasil. Ao todo, 452.338 setores censitários estão distribuídos pelos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e do Distrito de Fernando de Noronha.

“Com as informações disponibilizadas, os analistas conseguem estabelecer uma série de estudos, classificações territoriais e regionalizações que podem ser úteis, principalmente, para atividades de gestão do território nas três esferas de governo”
Fernando Damasco
Pesquisador do IBGE

 Segundo o IBGE, em 2022 54,8% da população brasileira, o equivalente a 111,27 milhões de pessoas, vivia a uma distância máxima de 150 quilômetros do litoral. Em Santa Catarina, esse percentual chega a 75,4%, o que corresponde a 5.734.702 habitantes vivendo próximo ao mar.

Enquanto isso, 4,6% dos brasileiros (9,41 milhões) moravam a até 150 quilômetros da faixa de fronteira do Brasil com outros países. Os dados também apresentam dados relativos à quantidade aproximada de pessoas que habita o entorno de avenidas. No Rio de Janeiro, por exemplo, quase 500 mil pessoas moravam a até 500 metros de distância da Avenida Brasil, ao longo de toda a sua extensão.

“Com as informações disponibilizadas, os analistas conseguem estabelecer uma série de estudos, classificações territoriais e regionalizações que podem ser úteis, principalmente, para atividades de gestão do território nas três esferas de governo”, afirma Fernando Damasco, pesquisador do IBGE.

CONSULTA – Os dados podem ser consultados no portal do IBGE e no Panorama do Censo, por meio da visualização em mapas interativos, com possibilidade de busca direta por localidades específicas, além da seleção de um ou mais distritos, subdistritos ou setores censitários de um determinado município.

Por meio da base de dados disponibilizada pelo IBGE, o usuário pode fazer uma grande variedade de análises e estudos, a partir de totais de população e domicílios e da área territorial dos setores, como a média de moradores, densidade demográfica, comparações entre recortes, mapeamento de áreas de risco, entre outros.

“O principal propósito desta divulgação é fazer com que a sociedade tenha acesso, com maior rapidez, a informações em níveis territoriais mais detalhados obtidas pelo Censo 2022, sempre preservando a confiabilidade dos dados”, explica o também pesquisador do IBGE Raphael Moraes.

BRASÍLIA E VILA VELHA – Dentre tantas possibilidades de uso dos dados disponibilizados pelo IBGE, alguns resultados chamam atenção. No ranking de setores censitários com mais pessoas no Brasil, as duas primeiras posições ficaram em Brasília (10.163 pessoas) e Vila Velha, no Espírito Santo (7.756 pessoas). Nesses setores estão, respectivamente, o Complexo Penitenciário da Papuda e a Penitenciária Estadual de Vila Velha.

O setor com mais domicílios também foi identificado em Brasília (6.322 domicílios), e compreende, além de chácaras, o Itapoã Parque. Lá, havia muitos condomínios com prédios vagos, em construção ou em reforma. Dos 76 condomínios, apenas quatro estavam habitados e alguns dos moradores não estavam ocupando os imóveis na data de referência da pesquisa (31/07/2022).

Maior cidade do país, São Paulo tinha, em 2022, a quantidade mais expressiva de domicílios coletivos em Perdizes (294 domicílios coletivos), maior população e número de domicílios no Grajaú (384.873 pessoas e 154.205 domicílios) e menor população e quantidade de domicílios em Marsilac (11.443 pessoas e 6.135 domicílios).

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