A foto de uma onça atacando um jacaré às margens do Rio Lourenço, no Pantanal mato-grossense, é finalista de um prestigiado prêmio internacional de fotografia de natureza, o Wildlife Photographer of the Year 2024 (Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano, em tradução livre), organizado pelo Museu de História Natural de Londres. O momento foi capturado pelo fotógrafo britânico Ian Ford, com quem a redação do PNB Online conversou.
Ford relembra o momento com precisão. “Era meu último dia no Pantanal, e passei a manhã inteira sem avistar nenhuma onça. Quando eu já estava quase desistindo, recebi um chamado pelo rádio: uma onça havia sido vista caçando a cerca de 30 minutos dali”. Ele descreve como o barco, em meio a um rio de correnteza forte, ficou posicionado próximo à cena, enquanto outras embarcações se aproximavam na esperança de testemunhar um dos predadores mais majestosos da América do Sul em ação.
“Foi tudo muito rápido. A onça agarrou o jacaré nas suas poderosas mandíbulas e abateu rapidamente. Todos nós ficamos chocados e admirados com aquele momento”, afirma. A foto mostra a força e agilidade da onça, que, em pouco tempo, de acordo com o fotógrafo, abateu o jacaré e o arrastou para dentro da vegetação.
O concurso Wildlife Photographer of the Year foi criado em 1965 e é considerado um dos prêmios mais importantes na fotografia de natureza. Ele destaca o trabalho dos melhores fotógrafos do mundo, que capturam desde comportamentos animais e a biodiversidade das mais diversas regiões do planeta. As imagens são avaliadas por um painel internacional de especialistas, que considera a composição artística, a inovação técnica e a autenticidade na interpretação do mundo natural.
Ford, que já tem uma carreira consolidada na fotografia de vida selvagem, conta que fotografar no Pantanal não é tarefa fácil. “O clima pode ser imprevisível, com chuvas repentinas e uma umidade que pode danificar o equipamento. A vegetação densa também torna difícil localizar e enquadrar os animais”. Mas, para ele, as dificuldades são parte do que torna a experiência tão gratificante. “A paciência é essencial. Fotografar onças, especialmente em movimento, exige muita preparação e um olhar atento”. Mais de seu trabalho pode ser conferido neste link.
O fotógrafo conta que espera retornar ao Pantanal em breve e aproveitar uma nova passagem pelo Brasil para conhecer a Amazônia e a Mata Atlântica. Ele conta que quer continuar fotografando a vida selvagem ao redor do mundo e que espera poder focar em regiões que sofrem significativamente com a devastação ambiental da ação humana, como é o caso dos biomas brasileiros.
Ian também destaca a responsabilidade que sente em usar sua arte para conscientizar o público sobre a importância da conservação. “Cada foto é um lembrete do que está em jogo. Quero que as pessoas vejam a beleza, mas também entendam a fragilidade dos ecossistemas que sustentam a vida em nosso planeta”, diz Ford.
As fotografias vencedoras serão anunciadas em 8 de outubro, seguidas por uma exposição no Museu de História Natural de Londres, com 100 imagens. Outras informações e as imagens que concorrem ao prêmio podem ser conferidas no site do museu, neste link.
Confira mais fotos de Ian Ford no Pantanal:
(Foto: Ian Ford)
(Foto: Ian Ford)
(Foto: Ian Ford)
(Foto: Ian Ford)
(Foto: Ian Ford)
A Verdade MT não se responsabiliza pelos comentários aqui postados. A equipe reserva-se, desde já, o direito de excluir comentários e textos que julgar ofensivos, difamatórios, caluniosos, preconceituosos ou de alguma forma prejudiciais a terceiros. Textos de caráter promocional, inseridos sem a devida identificação do autor ou que sejam notadamente falsos, também poderão ser excluídos.
Lembre-se: A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica. Você pode optar por assinar seu comentário com nome completo ou apelido. Valorize esse espaço democrático agradecemos a participação!