ECONOMIA

Grupo UBS maior banco da Suíça anuncia aquisição do Credit Suisse

Por G1
Publicado em 20-03-2023 às 01:00hrs
Segundo a imprensa internacional, acordo inclui uma assistência de liquidez de US$ 108 bilhões por parte do Banco Nacional da Suíça.
Grupo UBS maior banco da Suíça anuncia aquisição do Credit Suisse

Acordo de compra do Credit Suisse pelo UBS contará com assistência financeira do BC suíço. — Foto: Fabrice Coffrini/ AFP

O grupo suíço UBS Group AG adquiriu o banco Credit Suisse por US$ 3,23 bilhões, informou o Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês) neste domingo (19). O valor foi citado pela agência Reuters. O acordo também inclui uma assistência de liquidez de 100 bilhões de francos suíços (o equivalente a cerca de US$ 108 bilhões) por parte do SNB.

Além disso, uma garantia para perdas de no máximo 9 bilhões de francos suíços (US$ 9,7 bilhões) também será oferecida pelo governo federal da Suíça para uma parte específica do portfólio. Esses recursos funcionariam como uma espécie de provisão e serão utilizados apenas se o portfolio realmente registrar perdas.

 

"Caso o UBS assuma [a perda] dos primeiros 5 bilhões de francos suíços [US$ 5,4 bilhões], o governo federal assumiria os próximos 9 bilhões [US$ 9,7 bilhões]", afirmaram as autoridades do país.

Os reguladores suíços precisaram agir e passaram a moderar as negociações para a compra do banco pelo UBS, em uma tentativa de evitar que a crise de confiança no Credit Suisse que emergiu na última semana respingasse no sistema financeiro local.

Segundo o ministro de finanças suíço, a falência de um banco globalmente importante como o Credit Suisse teria "consequências irreparáveis" nos mercados.

"Com a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, foi encontrada uma solução para garantir a estabilidade financeira e proteger a economia da Suíça nessa situação excepcional", afirmou o BC suíço, segundo a Reuters.

A Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro da Suíça (FINMA, na sigla em inglês) afirmou que as atividades dos dois bancos poderão seguir normalmente, sem restrições ou interrupções. Além disso, o órgão também disse que coordenaria a operação com o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e a Autoridade Britânica de Regulação Prudencial.

O Credit Suisse teve uma semana conturbada e viu as próprias ações caírem 20% somente na quarta-feira (15). O episódio faz parte de uma turbulência pela qual passa o mercado financeiro iniciada após a falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, nos Estados Unidos.

 

Mais cedo, o jornal "Financial Times" havia informado que o UBS Group estava disposto a pagar até US$ 1 bilhão pelo banco suíço. No entanto, a mídia americana afirmou que o Credit Suisse havia repudiado a oferta. Diante disso, a proposta foi dobrada.

Entenda o caso a seguir:

 

  • Na sexta-feira, as ações do Credit Suisse eram negociadas a cerca de US$ 2,01 (R$ 10,64);
  • O grupo UBS propôs a compra de ações por US$ 0,27 (R$ 1,43) – proposta que foi negada.
  • Depois, o grupo aumentou a oferta por US$ 0,54 (R$ 2,85).

 

 

Crise

 

As ações do Credit Suisse despencaram mais de 20% na quarta e trouxeram temores ao mercado sobre uma situação generalizada de crise bancária internacional. Além do Credit Suisse, concorrentes europeus viram as ações despencarem naquele dia, também acima dos 10%.

A crise envolvendo o Credit Suisse acontece após o banco apresentar resultados ruins no trimestre passado e ver seu principal acionista, o Saudi National Bank – que tem participação de 10% na sociedade da empresa – , não o apoiar com um aumento de participação no capital. O investimento não aconteceu por questões regulatórias.

Na quinta-feira (16), o banco pediu um empréstimo de US$ 54 bilhões (o equivalente a R$ 285 bilhões) ao Banco Central da Suíça. O Banco Nacional da Suíça já havia informado que garantiria a liquidez do Credit Suisse se fosse necessário.

 

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