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Joe Biden assume a presidência dos EUA e diz que a democracia prevaleceu

Por a democracia prevaleceu
A democracia prevaleceu

Dia 20 de janeiro de 2021. Tomou posse, nesta quarta-feira, o 46º presidente dos Estados Unidos: Joseph Robinette Biden Júnior.

A transmissão cordial de poder de um presidente para o outro é uma tradição da democracia americana. Nesta quarta-feira (20) não foi assim. Em vez de participar da posse de Joe Biden, Donald Trump decolou da Casa Branca para encerrar seu mandato como começou: com uma espécie de showmício, em que disse que vai voltar de alguma forma.

A ausência de Trump no Capitólio foi preenchida por mensagens de otimismo e pedidos de união, e pelos ex-presidentes democratas Barack Obama e Bill Clinton e pelo republicano George W. Bush. O vice de Trump, Mike Pence, também estava lá. Diante deles, a estrela Lady Gaga cantou o hino americano.

Kamala Harris é a primeira em muitos quesitos. Primeira mulher, primeira negra, primeira descendente de asiáticos a ser vice-presidente americana. E foi a primeira a tomar posse. Assim começou a era Joe Biden.

Em frente ao Congresso, onde ele construiu sua carreira política, Biden fez seu juramento como presidente. Começou o discurso dizendo que hoje é o dia em que se celebra não a vitória de um candidato, mas da democracia: "A democracia é preciosa, a democracia é frágil, mas neste momento a democracia prevaleceu”.

Biden afirmou que poucos na história se defrontaram com um período de tantos desafios: um vírus que, em um ano, tirou tantas vidas americanas quanto em toda a Segunda Guerra Mundial; milhões de empregos perdidos; um clamor por justiça racial; e o crescimento do extremismo político, da defesa da supremacia branca e do terrorismo doméstico. Temas que Biden disse que "precisam ser confrontados e derrotados”.

Para vencer esses desafios, o presidente pediu união. Citando o presidente Abraham Lincoln, que liderou o país durante a guerra civil, ele disse: "Minha alma está inteira dedicada a unir o país e eu peço a todos os americanos que se juntem a mim nessa causa”.

Biden também pediu a rejeição aos fatos manipulados e fabricados, relembrou a violência no Capitólio no dia 6 de janeiro e disse que uma multidão desenfreada achou que poderia usar a violência para silenciar o desejo do povo: "Isso não aconteceu. Não vai acontecer. Nem hoje, nem amanhã, e nem nunca".

Joe Biden agradeceu aos eleitores e fez um pedido para quem não votou nele: "Me escute. Avalie a minha pessoa e o meu coração. Se você ainda discordar de mim, tudo bem. Isso é democracia”. Mas reforçou: "Discordância não deve levar à desunião”.

Como no discurso da vitória, prometeu ser o presidente de todos os americanos. Ao abordar os objetivos comuns no país, voltou a falar da importância da verdade: "As últimas semanas e meses nos ensinaram uma dolorosa lição. Existem verdades e mentiras e cada um de nós têm o dever e a responsabilidade de defender a verdade e derrotar as mentiras”.

Biden se elegeu prometendo enfrentar a pandemia de uma maneira completamente diferente do que vinha acontecendo até agora. No discurso, reforçou os valores que devem guiar o governo nessa luta. Alertou que o país está enfrentando a fase mais letal do vírus e que é preciso finalmente deixar a política de lado nesse assunto.

Biden disse que os americanos precisam ser fortes e perseverantes para encarar a pandemia como uma só nação, e pediu que todos fizessem uma oração em silêncio em homenagem às vítimas da pandemia.

Amanda Gorman, de 22 anos, recitou um poema escrito por ela em que diz que a nação não está quebrada, está apenas inacabada: “Uma menina negra descendente de escravos e criada por uma mãe solteira pode sonhar em ser presidente e se encontrar recitando para um”.

Depois da cerimônia de posse, Joe Biden e Kamala Harris visitaram o cemitério de Arlington ao lado dos ex-presidentes americanos para prestar homenagem aos militares mortos em combate como é tradição. Tradição também é a caminhada até a Casa Branca - que este ano foi diferente por causa da pandemia e da segurança reforçada na cidade.

Só alguns convidados e a imprensa estavam ao longo do caminho. Biden parou para cumprimentar algumas pessoas. Entre elas, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, que mais cedo tinha dito que o dia de hoje era um novo capítulo para cidade e para os americanos.

No meio da tarde, Biden, a esposa, Jill, os filhos e os netos entraram na Casa Branca. Mas Biden não foi descansar. Nas primeiras horas de seu mandato, assinou uma série de atos executivos.

Biden recolocou os Estados Unidos no Acordo do Clima de Paris, reverteu políticas de imigração – como a proibição da entrada de muçulmanos no país – e lançou sua ofensiva contra o coronavírus - o uso de máscaras em prédios federais passa a ser obrigatório. Para o novo presidente e muitos americanos, as mudanças não podem mais esperar.

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