No dia 1° de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou informações às fabricantes das vacinas autorizadas no país sobre a eficácia e efetividade dos imunizantes contra a nova variante da Covid-19, a ômicron.
Abaixo, veja o que se sabe sobre as declarações dos fabricantes sobre o enfrentamento da ômicron.
Em nota divulgada no dia 8 de dezembro, a Pfizer e a BioNTech informaram que estudos preliminares demonstram que 3 doses de sua vacina contra a Covid-19 neutralizam a variante ômicron.
Segundo as empresas, o resultado obtido um mês após a terceira dose é comparável ao observado após duas doses contra a cepa original.
Pfizer e BioNTech alertam que, mesmo com a queda dos anticorpos neutralizantes após duas doses contra a ômicron, a vacina segue protegendo contra as formas graves da Covid-19.
A Universidade de Oxford disse na terça-feira da semana passada, dia 30, que não há evidências de que as vacinas contra o coronavírus não prevenirão doenças graves da variante ômicron, mas acrescentou que está pronta para desenvolver rapidamente uma versão atualizada de sua vacina produzida com a AstraZeneca, caso necessário.
A AstraZeneca já está fazendo pesquisas em Botsuana e em Essuatini — países onde a nova variante foi detectada.
A Janssen – braço farmacêutico do grupo Johnson&Johnson – disse que está avaliando a eficácia do seu imunizante contra a ômicron ao mesmo tempo em que desenvolve uma vacina específica para a variante.
"Começamos a trabalhar para projetar e desenvolver uma nova vacina contra a ômicron e vamos progredir rapidamente em estudos clínicos, se necessário", disse Mathai Mammen, chefe global de pesquisa da unidade farmacêutica da J&J.
No dia 7 de dezembro, a Sinovac, laboratório chinês que desenvolveu a CoronaVac, anunciou que está desenvolvendo uma versão da CoronaVac adaptada à variante ômicron.
A expectativa é a de que a atualização do imunizante fique pronta em três meses – até fevereiro de 2022.
Na contramão de todos esses grandes laboratórios, o executivo-chefe da farmacêutica americana Moderna, Stephane Bancel, disse ao jornal Financial Times o seguinte: “Não existe um mundo em que a eficácia da vacina seja do mesmo nível que tivemos com a delta. Nós temos que esperar os dados, mas todos os cientistas com quem falei dizem que não vai ser bom”.
O laboratório já começou a trabalhar, na semana passada, em uma nova vacina para colocar no mercado caso seja necessário.
A Rússia disse nesta segunda-feira que estará pronta para fornecer vacinas de reforço para proteção contra a variante ômicron do coronavírus, se necessário, e o Kremlin disse que a reação do mercado financeiro à nova cepa foi emocional e não baseada em dados científicos.
"O Instituto Gamaleya acredita que a Sputnik V e a Light neutralizarão a ômicron, pois têm maior eficácia em relação a outras mutações", disse Kirill Dmitriev, chefe do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RDIF) que comercializa a vacina no exterior, por meio da conta oficial da Sputnik V no Twitter.
"No caso improvável de uma modificação ser necessária, forneceremos várias centenas de milhões de reforços da Sputnik (contra a) ômicron até 20 de fevereiro de 2022", disse Dmitriev.
A Comissão de Saúde do país diz que os fabricantes de vacina do país acompanham os dados sobre a nova variante e se preparam para o caso de ser necessário atualizar suas vacinas. Entretanto, reforçou que ainda não está certo se imunizantes que já existem contra a Covid-19 combatem a nova variante.
China confirma que farmacêuticas estão investindo em tecnologias para adaptar vacinas à variante Ômicron
Primeira imagem da variante ômicron revela mais que o dobro de mutações que a delta
A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada à OMS em 24 de novembro de 2021 pela África do Sul. De acordo com OMS, a variante apresenta um "grande número de mutações", algumas preocupantes. O primeiro caso confirmado da ômicron foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021 no país.
No dia 30 de novembro, autoridades sanitárias holandesas afirmaram que a variante já estava presente na Holanda no dia 19 de novembro — uma semana antes do que se acreditava e antes da OMS classificar como variante de preocupação.
A primeira imagem da variante ômicron do coronavírus revelou mais que o dobro de mutações que a da variante delta
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