Ouro bate novo recorde nesta segunda-feira (21) e reflete o contexto econômico e político complexo, que vem gerando grande volatilidade nos mercados globais. A valorização do metal precioso, que alcançou a marca de US$ 3.425,30 por onça-troy, está intrinsecamente ligada a uma série de fatores. O primeiro deles é a queda significativa da cotação do dólar, que atingiu suas mínimas em três anos em relação a outras moedas de países desenvolvidos.

Essa combinação de aumento no preço do ouro e queda do dólar é frequentemente observada em tempos de incerteza econômica, pois os investidores tendem a buscar ativos mais seguros durante períodos de instabilidade. O agravamento das tensões comerciais decorrentes das políticas do governo do presidente Donald Trump, que incluem a imposição de tarifas elevadas de importação e ameaças ao Federal Reserve, também contribuiu para esse cenário de incerteza.

Essas ameaças às instituições financeiras, especialmente a possibilidade de demissão de Jerome Powell, o presidente do Fed, suscitam preocupações sobre a independência da política monetária nos EUA. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, expressou preocupação sobre essa pressão política que poderia afetar a capacidade do banco central em conduzir uma política monetária estável e confiável.

Desde o início do ano, o ouro registrou uma impressionante alta de aproximadamente 30%, com um aumento de mais de 8% somente desde 2 de abril, quando Trump anunciou novos pacotes de tarifas comerciais. Analistas do Citi projetam que o preço do ouro pode atingir US$ 3.500 em um futuro próximo, à medida que a demanda por investimentos continua a superar a oferta proveniente da mineração.

Esses fatores tornam o cenário atual bastante promissor para o ouro, não apenas como um investimento seguro, mas também como um indicativo da saúde econômica global.