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SEGURANÇA

Rússia fecha o cerco a Kiev

Por JN
Publicado em 12-03-2022 às 23:23hrs
As tropas de Putin já estariam a 25 quilômetros da capital da Ucrânia. Imagens de satélite mostram as forças russas disparando em áreas residenciais perto da cidade. O governo ucraniano diz que um hospital e uma mesquita foram bombardeados.
Rússia fecha o cerco a Kiev

Com intensos ataques aéreos, Rússia fecha o cerco a Kiev

Com intensos ataques aéreos, a Rússia fechou, neste sábado (12), o cerco à capital da Ucrânia. É o que mostram os enviados especiais à Polônia Rodrigo Carvalho, Ernani Lemos e Ross Salinas.

 

A TV estatal russa divulgou imagens de helicópteros destruindo equipamentos militares da Ucrânia na região de Kiev.

 

As tropas de Vladimir Putin já estariam a 25 quilômetros da capital da Ucrânia. Imagens de satélite mostram as forças russas disparando em áreas residenciais perto da cidade.

A Rússia começou o sábado fazendo um ataque pesado a uma base aérea militar em Vasylkiv, ao sul de Kiev. O bombardeio destruiu um depósito de munição.

 

 

Várias cidades ucranianas estão colhendo os cacos. O prefeito de Chernihiv gravou um vídeo em frente a um hotel famoso: “Hoje o hotel Ucrânia foi atingido. Estou aqui agora. Não existe mais hotel, mas a própria Ucrânia ainda existe e prevalecerá”.

 

Já o prefeito de outra cidade, Melitopol, teria sido sequestrado. Um vídeo mostra soldados levando um homem da prefeitura. A Rússia ainda não comentou a acusação.

Moradores foram para rua protestar. O presidente Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de “avançar a um novo estágio de terror” e pediu que o prefeito seja libertado do cativeiro imediatamente.

O prefeito da capital se solidarizou com o colega. Vitaly Klitschko também acusou a Rússia de terrorismo para atacar autoridades eleitas na Ucrânia, e disse que as forças russas vão ser expulsas de cada centímetro do país, que o povo vai resistir.

 

Em Mykolaiv, uma lanterna ajudou um homem ofegante a ver para crer: os russos tinham atacado um centro de tratamento de câncer.

 

Na mesma cidade, algo chamou atenção de um homem: era uma bomba caindo, duas. Em Kharkiv, pelo menos uma pessoa morreu num ataque a uma área residencial neste sábado (12).

Na cidade de Irpin, que também vem sendo muito atacada, soldados ucranianos escoltaram mais um grupo de moradores que decidiu ir embora.

 

A cidade de Mariupol, estrategicamente importante, que tem o maior porto da Ucrânia com saída para o mar de Azov, é outro alvo frequente dos russos.

 

O governo ucraniano disse que neste sábado um dos bombardeios lá foi numa mesquita que servia de abrigo para 80 adultos e crianças. A Rússia nega.

 

O cerco a Mariupol já dura 11 dias. Autoridades alertam que moradores vão começar a morrer de fome, e faz muito frio. As tentativas de retirar civis da cidade por corredores humanitários fracassaram até agora.

Entre os muitos civis feridos nessa guerra está Katerina: “A gente estava dirigindo pela estrada principal, perto da casa da minha avó, e eles começaram a atirar no nosso carro”.

 

Ferido na mão e na cabeça, o pai dela diz: “Os soldados russos que atiraram na gente pareciam em pânico. Para mim, eles estão com tanto medo que atiram em tudo que se mexe”.

 

Neste sábado, o presidente ucraniano agradeceu os esforços de Israel para mediar as discussões e sugerou que as negociações de paz fossem em Jerusalém. Volodymyr Zelensky disse que “propostas concretas” para acabar com a guerra na Ucrânia estão sendo trocadas entre Moscou e Kiev. Zelensky falou que até agora 1,3 mil soldados ucranianos morreram. A estimativa é de que, do lado russo, cerca de 6 mil tenham morrido.

 

Zelensky disse, também, que o exército russo está sofrendo a maior perda de militares em décadas. Ele falou que as forças ucranianas já tiraram de combate 31 grupos de batalhões táticos da Rússia.

Nesses 17 dias de guerra, estações de trem na Polônia, como a que fica a uma hora da fronteira com a Ucrânia, vêm recebendo muita gente. A quantidade de voluntários de fato ajudando os refugiados é muito grande. Mesmo assim, sair de um país em guerra às pressas e chegar num lugar desconhecido pode ser especialmente traumático para algumas pessoas.

 

ONGs de direitos humanos vêm alertando para casos de desparecimento de crianças, tráfico de pessoas e exploração. O governo polonês aumentou a pena mínima para casos de tráfico de pessoas de três para dez anos, e a pena máxima por tráfico sexual de crianças subiu de dez para 25 anos.

 

Daryna, que fugiu da Ucrânia, disse que, quando se sai de uma área em conflito, você acaba fazendo escolhas rápidas, intuitivas, do que é mais ou menos seguro, que não dá para pensar em tudo.

 

Um chefe de polícia na Romênia falou que vem alertando as mulheres refugiadas para que viajem sempre com o celular carregado e que anotem a placa do carro ou do ônibus que estão pegando.

 

A agência da ONU para refugiados se disse muito preocupada com essas denúncias. Mas nessa rotina de medo, cansaço e tristeza, os refugiados seguem encontrando muita gente boa pelo caminho.

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