Nem bem o ano letivo de 2025 começou e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá) já está atenta a 2026. A entidade está propondo a políticos e poder público uma alternativa ao kit escolar padronizado. O intuito é atender o pleito de empresários do setor de papelaria – cujas vendas têm caído.
Marcelo Dorileo é proprietário de três lojas de papelaria e tem 18 anos de experiência no mercado. Ele é um dos principais defensores do Cartão Material Escolar, por um motivo simples: a maioria dos fornecedores licitados pelas secretarias de Educação tem sido empresas de fora de Cuiabá.
“Com isso, a volta às aulas, que seria o nosso período de maior fluxo de vendas, não tem gerado bons resultados. Principalmente neste ano, em que o custo dos produtos aumentou muito devido à alta do dólar”, afirma. De acordo com ele, a retomada da compra de produtos no comércio cuiabano é fundamental para a manutenção das empresas do setor.
Na prática, a ideia é simples. As secretarias municipal e estadual cadastram papelarias e empresas que vendem produtos escolares nas quais os pais de alunos passariam a ter crédito para compra. “Pode ser com o Cartão Material Escolar ou não. No caso do Governo do Estado, uma ótima ideia seria aproveitar o cartão do programa social SER Família”, pontua o presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam.
Hoje, cidades como Brasília e São Paulo utilizam o Cartão Material Escolar com sucesso. O foco é que os recursos circulem dentro do estado, gerando empregos e arrecadação de impostos. “Em Mato Grosso, os municípios de Sorriso e Nova Xavantina já implantaram o voucher. Os resultados têm sido bem positivos. A ideia fomenta o comércio local e oferece aos pais a possibilidade de escolher itens de sua preferência, beneficiando tanto as famílias quanto a economia", argumenta Macgnam.
O assunto vem sendo trabalhado pela CDL Cuiabá para que, em 2026, seja possível operacionalizar a adoção do cartão ou outra forma alternativa ao kit escolar. “Não somos contrários à política do kit escolar, mas nosso papel é apoiar e buscar soluções para setores do comércio local que estão enfrentando dificuldades”, pontua o presidente da entidade.
Atualmente, o setor papeleiro mantém cerca de 20 mil empregos anualmente no estado de Mato Grosso.
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