
Neste 15 de novembro, relembramos que, há 136 anos, o Brasil encerrou a monarquia e inaugurou a República. O ano de 1889 representou mais do que uma reorganização administrativa: consolidou a aspiração de construir uma nação fundamentada na soberania popular e na participação cidadã.
Como presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, encaro esta data não apenas como um marco histórico, mas como um compromisso que se renova diariamente.
A República se concretiza quando suas instituições atendem efetivamente à população, convertendo demandas legítimas em ações concretas.
A experiência mato-grossense evidencia que a divisão de poderes viabiliza soluções ajustadas às características regionais. Legislamos levando em conta nossa extensão geográfica, matriz produtiva e desafios específicos, o que seria inviável sob modelos centralizadores. A autonomia conquistada em 1889 permite a formulação de respostas próprias para as questões locais.
Contudo, viver sob um regime republicano transcende os arranjos institucionais. Exige envolvimento social ativo, transparência na gestão pública e prestação de contas constante. Diante da crescente desconfiança nas instituições, nos cabe demonstrar, por meio de ações concretas, que a política pode atuar como ferramenta legítima de transformação social.
Os proclamadores da República enfrentaram os dilemas de sua época.
Nós enfrentamos desafios contemporâneos, desigualdades arraigadas, danos ambientais, exclusão social e concentração de riqueza. Embora o agronegócio mato-grossense abasteça milhões, é necessário avaliar continuamente se essa pujança beneficia os trabalhadores rurais, agricultores familiares e comunidades tradicionais. O progresso republicano não se mede apenas por indicadores econômicos, mas pela dignidade assegurada a todos.
Educar para a cidadania constitui prioridade inadiável.
As novas gerações precisam compreender que a República vai além da mera memorização de datas, ela se fundamenta em princípios vividos, como igualdade jurídica, alternância no poder, respeito à pluralidade e compromisso com a informação confiável. Em tempos de desinformação acelerada, formar cidadãos críticos e atuantes é uma exigência essencial.
Nossa Assembleia tem concretizado as garantias constitucionais por meio de leis que protegem as mulheres, combatem discriminações, ampliam a inclusão e preservam o meio ambiente. Essas medidas não são concessões, mas deveres republicanos voltados à promoção de oportunidades e justiça para todos.
Neste 15 de novembro, reafirmamos o compromisso de fortalecer os ideais republicanos. Cabe a cada geração entregar aos descendentes uma democracia aprimorada, onde liberdade e justiça social caminhem juntas, instituições mereçam confiança e todos vivam com dignidade plena. Esta é nossa responsabilidade histórica.
Viva a República! Viva a democracia!
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