O Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) Leony Palma de Carvalho realizou durante todo o mês de março 331 cirurgias ortopédicas na unidade de Saúde. Os números contrariam alegações da empresa Medtrauma Medicina Especializada LTDA, que procurou a imprensa para acusar a unidade de não realizar cirurgias ortopédicas.
O secretário Giovani Koch, diretor-financeiro da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), que administra a unidade, afirmou que o número de procedimentos na unidade é satisfatório, levando em consideração a demanda do hospital proveniente de todo estado de Mato Grosso.
“Não há como falar em falta de atendimento por parte do HMC, nós atendemos pacientes todos os dias, tanto assim que já alcançamos a marca de 1000 cirurgias ortopédicas até agora”, afirmou Giovani.
Giovani explica que casos específicos noticiados pela imprensa, de espera por cirurgia, são normais dentro do fluxo de atendimento da unidade, que realiza procedimentos com Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), que são materiais de alto custo, cujo processo logístico de aquisição é menos célere de que outros insumos médicos.
“Não há falta de OPME no HMC, se houvesse não estaríamos realizando cirurgias todos os dias, ontem foram realizadas 19 cirurgias e hoje serão realizadas 25 cirurgias, ou seja, até mesmo acima da média do mês de março”, explicou Giovani.
Entenda o caso
A situação das cirurgias ortopédicas do HMC foi estabilizada após uma série de procedimentos adotados pela prefeitura de Cuiabá e a Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Por decreto, no dia 19 de fevereiro, o prefeito Emanuel Pinheiro determinou a suspensão de adesões a ata de registro de preços da empresa Medtrauma Medicina Especializada Ltda. e determinou auditoria nos pagamentos à empresa.
Em reportagem publicada no programa Fantástico, da Rede Globo, a empresa foi citada em investigação de fraude no fornecimento de OPME. Em seguida a suspensão, a ECSP definiu uma nova tabela de preços para os insumos, realizou a contratação emergencial de uma nova empresa para as cirurgias e abriu procedimento licitatório para contratação definitiva. O salário dos ortopedistas recontratados pela nova empresa está em dia.
Ato contínuo, foi aberta auditoria sobre os pagamentos à empresa e agora os repasses estão sob análise do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT).
A empresa, no entanto, pressionou médicos anteriormente contratados para realizarem greve na unidade, argumentando que não receberão os salários do período que está sob auditoria da prefeitura e análise do TCE.
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