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POLITICA

Lula lidera corrida eleitoral para 2022 e venceria Bolsonaro no 2º turno por 55% a 32%, diz Datafolha

Por O Globo
Publicado em 13-05-2021 às 00:01hrs
No primeiro turno, petista teria 41% dos eleitores, segundo instituto. Moro, Ciro, Huck e Doria aparecem tecnicamente empatados
ELEIÇÕES 2022 Lula lidera corrida eleitoral para 2022 e venceria Bolsonaro no 2º turno por 55% a 32%, diz Datafolha

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece com 41% das intenções de voto para a eleição presidencial de 2022 contra 23% do presidente Jair Bolsonaro, segundo pesquisa Datafiolha divulgada nesta quarta-feira (12). Se ambos fossem ao segundo turno, o petista venceria por 55% a 32%.

O levantamento sugere que, pelo menos por enquanto, os candidatos que se apresentam como centristas não conquistaram o apoio dos eleitores. Aparecem embolados: Sergio Moro, que até agora não manifestou intenção de concorrer à Presidência, com 7%; Ciro Gomes (PDT), com 6%; Luciano Huck (sem partido), com 4%; e João Doria (PSDB), com 3%. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, todos estão empatados tecnicamente.

Na sequência, segundo o Datafolha, aparecem com 2%, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e João Amoêdo (Novo). Além disso, 9% dos entrevistados disseram que pretendem votar em branco, nulo, ou em nenhum dos candidatos apresentados no questionário do Datafolha, e 4% se classificaram como indecisos.

O Datafolha ouviu 2.071 pessoas em 146 municípios, de forma presencial, entre terça e quarta-feira.

Essa é a primeira pesquisa de eleição presidencial feita após Lula recuperar os direitos de disputar uma eleição. O ministro Edson Fachin determinou, no inicio de março, que quatro processos da Lava-Jato relacionados ao petista fossem enviados para outra comarca, já que eles não tinham ligação direta com os casos de corrupção na Petrobras que tramitavam na 13ª Vara da Justiça Federal. A decisão seria referendada na sequência pelo plenário da Corte.

QUEM SÃO OS POSSÍVEIS CANDIDATOS A PRESIDENTE EM 2022

A atuação de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde e a visibilidade que ganhou na época fizeram o Dem cogitar lançar o nome dele em candidatura própria em 2022;

Após anulação as condenações na Lava-Jato, Lula reestabeleceu os direitos políticos e poderá concorrer em 2022. Lideranças do PT dizem que Lula só não sai candidato se ele quiser ;

O presidente Jair Bolsonaro cada vez se mostra mais claramente candidato à reeleição. Em visita à Câmara, em fevereiro, após ser xingado por deputados da oposição, ele respondeu: "Nos encontramos em 22";

Antes da decisão que possibilita Lula se candidatar, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi aconselhado pelo ex-presidente a rodar o país se apresentando como pré-candidato;

Terceiro colocado nas últimas eleições, Ciro Gomes quer ser a opção da esquerda para derrotar Bolsonaro em 2022;

O governador de São Paulo tem se colocado como opção de centro direita a Bolsonaro, não evitando o embate com o presidente, de olho em 2022; 

Os planos de Doria podem esbarrar nas articulações de grupo de tucanos para lançar o governador do RS, Eduardo Leite, à Presidência;

Após ir para o segundo turno na eleição para a Prefeitura de São Paulo com votação expressiva, Guilherme Boulos se cacifou para concorrer novamente para presidente ;

O governador do Maranhão, Flávio Dino, defende a criação de uma frente ampla de esquerda e seu nome é um dos catados para essa coligação ;

Desde que saiu do governo brigado com o presidente, o nome do ex-juiz Sergio Moro é cotado para 2022;

Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, começou a ser assediada por líderes partidários para participar de composições de chapa para disputa à Presidência. Pelo menos três legendas já enviaram emissários para discutir o assunto com a ela;

Desde 2018, o nome do apresentador Luciano Huck é especulado. Para 2022, ele abriu diálogo com seis partidos, mas aguarda o dcenário político ficar mais claro para decidir sobre candidatura;

Candidato a presidente pelo Novo em 2018, João Amoêdo planeja se candidatar novamente em 2022, mas enfrenta resistências no partido;

Dias depois, a Segunda Turma do Supremo considerou que o ex-juiz Sergio Moro agiu de forma parcial ao julgar e condenar o ex-presidente por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.

Embora as decisões não signifiquem que Lula foi considerado inocente das acusações, elas tiveram o efeito de anular as condenações e de devolver os direitos políticos ao petista — os casos devem começar a tramitar, agora, em Brasília. Além disso, o suspeição de Moro foi vista como uma vitória política, já que reforça a narrativa dos aliados do ex-presidente de que a Lava-Jato o perseguiu.

Cenários de segundo turno

Além de mostrar que Bolsonaro ficaria em segundo lugar no primeiro turno, o Datafolha revela que o presidente não vence nenhum dos principais adversários com vantagem. 

Em um cenário de segundo turno em que Lula e Bolsonaro se enfrentariam. o petista venceria por 55% a 32%. Ao cruzar essa resposta com os cenários de primeiro turno, o instituto concluiu que Lula receberia votos de eleitores de Doria, Ciro e Huck, enquanto quem pretende votar em Moro migraria para Bolsonaro.

Lula venceria Moro por 53% a 33% e ganharia de Doria por 57% a 21%.

Nas possibilidades de segundo turno sem o petista, Bolsonaro empataria com Doria e perderia para Ciro. Na disputa com o tucano, o presidente teria 39%, enquanto Doria faria 40%. No outro cenário, Ciro marcaria 48%, enquanto Bolsonaro contaria com 36% dos votos.

Bolsonaro tem a maior rejeição

Ainda de acordo com o Datafolha, Bolsonaro terá que reverter um índice de rejeição que ultrapassa metade dos eleitores. Dentre os entrevistados, 54% disseram que jamais votariam no atual presidente. Criticado por parte da população pela forma como tem lidado com a pandemia do coronavírus, Bolsonaro está enfrentando o desgaste causado pela CPI da Covid no Senado.

A segunda maior rejeição é de Lula, com 36%. O petista é seguido por Doria (30%), Huck (29%), Moro (26%) e Ciro (24%).

 

Na pesquisa espontânea, quando o entrevistador não mostra ao eleitor quem são os candidatos e ele pode citar qualquer nome, Lula é o mais lembrado. Ele tem 21% das intenções de votos, contra 17% de Bolsonaro e 1% de Ciro. Essa parte do questionário serve para medir o recall dos candidatos e é comum que nomes mais conhecidos se saiam melhor.

Para aumentar sua atuação no pré-campanha, Ciro passou a contar, no último mês, com o trabalho do marqueteiro João Santana, que trabalhou para Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff. Contratado pelo PDT, Santana tem orientado a comunicação do partido e auxiliado Ciro na produção de vídeos.

Empate entre evangélicos

Ao analisar renda e escolaridade dos entrevistados, os pesquisadores concluíram que Lula tem mais votos entre quem estudou até o ensino fundamental (51% de toda a amostra), entre aquelas que ganham até dois salários mínimos (47%) e entre moradores do Nordeste (56%).

Já Bolsonaro concentra seus votos entre homens (29% da amostra), aqueles que têm ensino médio (26%) e renda de 5 a 10 salários mínimos (30%). Daqueles que se declaram empresários, 49% afirmam votar no presidente e 26% declaram apoiar o petista.

Entre os evangélicos, há empate técnico: 34% apoiam Bolsonaro e 35% vão com Lula.

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