
Neste 20 de novembro, celebramos o Dia da Consciência Negra, data que nos convoca a refletir sobre a construção de uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária. Em Mato Grosso, essa luta ganhou força institucional há mais de duas décadas, quando instituímos o feriado estadual através da Lei 7.879/2002, atendendo ao clamor do Grupo de União e Consciência Negra (Grucon), que desde 1983 batalha pela valorização da população negra.
Mais recentemente, demos passos importantes ao instituir o Dia Estadual de Tereza de Benguela e da Mulher Negra através da Lei 11.577/2021, homenageando a rainha quilombola que, no século XVIII, liderou a resistência negra e indígena no Quilombo do Quariterê, aqui em nosso Estado. Também declaramos de utilidade pública o próprio Grucon, por meio da Lei 12.121/2023, reconhecendo quatro décadas de luta incansável pela igualdade racial.
Em 2025, avançamos ainda mais com a criação do Fundo Estadual da Promoção da Igualdade Racial, através da Lei 12.856, que promulguei como presidente da Assembleia Legislativa. Este fundo representa um compromisso concreto do Estado com o financiamento de programas e ações voltados à igualdade racial, assegurando direitos sociais às populações negra, indígena e outras etnias vulneráveis, promovendo sua autonomia e participação efetiva na sociedade.
Mas a verdadeira consciência negra não se constrói apenas com leis ou feriados. Ela exige transformação profunda em nossos valores e práticas cotidianas, especialmente na educação de nossas crianças. É fundamental que desde cedo ensinemos aos nosso filhos que a cor da pele jamais determina o caráter de uma pessoa, que piadas racistas não têm graça alguma e representam uma violência inaceitável.
Precisamos lembrar às novas gerações do sofrimento atroz da escravidão, mancha vergonhosa em nossa história. O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, e mesmo após 136 anos da Lei Áurea, carregamos as cicatrizes dessa barbárie na desigualdade, na violência e no preconceito que ainda vitimam a população negra diariamente.
Ensinar respeito às diferenças não é apenas combater o racismo, mas construir uma cultura de paz e dignidade. Quando uma criança aprende que todos merecem as mesmas oportunidades, independentemente da cor da pele, estamos plantando sementes de uma sociedade mais humana.
O legado de Zumbi dos Palmares, de Tereza de Benguela e de tantos heróis negros nos ensina que a liberdade se conquista com luta e resistência. Hoje, nossa luta é pela inclusão plena, pelo fim do racismo estrutural e pela garantia de direitos iguais a todos os brasileiros.
Que o Dia da Consciência Negra não seja apenas uma data no calendário, mas um compromisso diário com a justiça, o respeito e a dignidade humana. Respeito não tem cor, racismo não tem graça!
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