Atualmente, esses números mostram que o Estado tem cerca de 500 mil cooperados, contando com as famílias deles, esse número pode saltar para mais de 2 milhões de pessoas envolvidas.
Segundo o vice-presidente da Unicred de Mato Grosso, João Paulo Fotunato, o cooperativismo tem crescido nos últimos anos bem acima dos demais setores, potencializado pelo bom desempenho do agronegócio, que envolvem tanto as cooperativas de crédito, de produção e trabalho. “Isso é muito positivo, porque toda renda produzida do setor é consumida nas comunidades, gerando mais renda para toda a cadeia produtiva”, apontou ele.
Vale destacar que cerca de 70% da área produtiva do algodão no estado está envolvida com as cooperativas. O milho representa 38% nas cooperativas. Já a produção de soja possui 33% das áreas ligadas ao cooperativismo. No mercado mundial, 3% desse grão é de cooperativas mato-grossenses.
Conforme Fortunato, os cooperados possuem muitos benefícios disponibilizados pelas cooperativas. Ele argumenta que um dos diferenciais das Cooperativas é o relacionamento com os seus cooperados (clientes), principalmente pela excelência no atendimento que as mesmas proporcionam, atuando com produtos e taxas mais competitivas, cujos resultados positivos (sobras) são distribuídos aos cooperados, proporcionalmente à sua movimentação durante o exercício social.
“A título de ilustração temos a Unicred MT que no exercício de 2020 gerou um resultado agregado de mais de R$ 20 milhões em sobras, que foram distribuídas aos seus cooperados”, disse o dirigente.
De um total de 141, as cooperativas mato-grossenses estão presentes em 121 municípios do estado, o que corresponde a 86% de seu território – dados de 2020.
De pouco mais de 9%, no ano 2000, em 2019, mais da metade da população do Mato Grosso já estava envolvida, direta ou indiretamente, no cooperativismo do Estado – traduzindo um crescimento impressionante de 436% – segundo estudo apresentado pela Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (Sistema OCB/MT). A evolução se mostrou ainda mais vigorosa, se considerado o número de cooperados e funcionários, que apresentou alta de 646%, passando de 78.192, em 2000, para 583.563, em 2019.
Outro ponto citado por Furtunato está direcionado para o crescimento das cooperativas em relação aos bancos. Enquanto, segundo ele, as agências bancárias fazem enxugamentos de funcionários e investem em tecnologias, as cooperativas estão abrindo novas agências e apresentando serviços que chamam os clientes.
“O que vem acontecendo no sistema financeiro nacional, em especial no que tange aos cinco maiores bancos do país, que detém mais de 70% do mercado, adotam a estratégia de fechamento de agências físicas, objetivando a redução de custos operacionais e de pessoal, transformando algumas unidades em Postos de Atendimento, que ao entender visa apenas em auferir a cada ano maior lucratividade, deixando o relacionamento com o cliente em segundo plano e investindo fortemente no atendimento digital”, relatou Fortunato.
Para o vice-presidente da Unicred, o modelo do Cooperativismo de Crédito, prima pela proximidade de relacionamento com os seus associados, “razão pela qual vem investindo na expansão de agências por todo o Estado de Mato Grosso, proporcionando o atendimento diferenciado e humanizado àqueles que ainda não possuem acesso ao sistema financeiro”, colocou ele.
Contudo, destaca Fortunato, “assim como os bancos o sistema cooperativo também vem investindo nos canais digitais, fortalecendo os laços com os seus associados, fomento a cultura de educação financeira e disponibilizando produtos e serviços personalizados a cada perfil de cooperado, que no final do dia são os próprios donos da Cooperativa”, lembrou.
Nem mesmo o fator pandemia da covid impediu o crescimento do cooperativismo no país. De acordo com o Sistema OCB/MT, há dois anos, as cooperativas de crédito respondiam por 527.919 sócios, enquanto o ramo agropecuário somava, no mesmo período, 52 cooperativas-matriz – sem contar outras seis, procedentes de outros estados. Já o segmento de trabalho e de produção de bens e serviços do MT contavam – também levando em conta 2019 – contava 32 cooperativas, o de transporte, 23, crédito (18); saúde (15); consumo (5) e infraestrutura (2). De um total de 141, as cooperativas mato-grossenses estão presentes em 121 municípios do estado, o que corresponde a 86% de seu território – dados de 2020.
“Após a instalação da pandemia da Covid-19, em março/2020, as Cooperativas buscaram rapidamente adequar as suas estratégias, entendendo as necessidades de cada cooperado e as suas empresas, apresentando produtos customizados para o momento vivenciado, considerando as diretrizes apresentadas pelo Banco Central do Brasil, estando sempre ladeado aos associados, sendo estes o principal ativo destas Instituições Financeiras”, complementou ele.
Unicred – Na do Sistema OCB/MT, foi registrado aumento também no número de cooperativas registradas ativas em Mato Grosso. Em 2017 eram 144 e subiram para 152, crescimento de 6%. As cooperativas do ramo agropecuário somam 57 com matriz no Estado e mais 7 de outros estados; as de transporte são 21, mais 4 de outros estados; o crédito 18, mais 2 de outros estados; educacionais 13 cooperativas; as de saúde são 15; o ramo mineral são 10; consumo 1; habitacional 1; infraestrutura 1; produção 1; as especiais e de turismo e lazer não possuem cooperativas em Mato Grosso.
O Sistema Unicred conta hoje com 34 Cooperativas, aproximadamente 291 Unidades de Negócios em 14 estados brasileiros e mais de 240 mil cooperados, 04 Unicreds Centrais e uma Confederação Nacional, com unidades em São Paulo e Porto Alegre.
João Paulo Fortunato é consultor financeiro e Vice-Presidente Unicred-MT
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