O Parque Estadual Cristalino I e II, situado no sul da Amazônia, norte de Mato Grosso está sendo destruído pelo desmatamento e queimadas. Já perdeu mais de 5 mil hectares desde o dia 13 de agosto.
Na área de entorno da unidade de conservação, o fogo atingiu mais 1,8 mil hectares e atingiu propriedades rurais e habitações.
A unidade de conservação tem ao todo 184.900 hectares e está localizada entre os municípios mato-grossenses, de Alta Floresta e Novo Mundo, divisa entre Mato Grosso e Pará.
Os dados foram divulgados pelo projeto Observatório Socioambiental de Mato Grosso (ObservaMT).
O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso informou que realiza ações de combate ao incêndio. São cinco equipes de bombeiros na região, além do apoio de uma Brigada Estadual Mista de Nova Bandeirantes e uma Brigada Municipal Mista de Nova Monte Verde.
“Importante destacar que o parque possui mata fechada e terreno montanhoso, o que dificulta as ações, mas as equipes trabalham no combate direto das chamas com sopradores e construção de aceiros. O uso de uma aeronave está sendo estudado”, disse os bombeiros.
A corporação já realiza fiscalizações e autua proprietários da região, tendo em vista que um incêndio iniciado na última sexta-feira (9) tem origem em propriedades privadas, conforme estudo realizado pelo Batalhão de Emergências Ambientais, em Cuiabá, a partir da dinâmica do fogo apontada por imagens de satélite.
Desde a detecção dos primeiros focos de incêndio no último dia 14 de agosto, o Corpo de Bombeiros passou a realizar ações de combate às chamas e intensificou o monitoramento da região via satélite.
Segundo o ObservaMT, foi criada uma Brigada de Combate aos Fogo, iniciativa de propriedades privadas para combater os incêndios no parque e em propriedades particulares do seu entorno.
O Parque Cristalino I e II é uma das unidades de conservação mais importantes da Amazônia, com 600 espécies de aves registradas, das 850 existentes em toda a Amazônia brasileira.
Dessas 600 espécies, 25 delas estão oficialmente ameaçadas de extinção. Outra espécie única no mundo é o macaco-aranha-de-cara branca (Ateles marginathus), símbolo do parque.
Mato Grosso responde por 30% das queimadas na Amazônia Legal. Conforme dados coletados pela plataforma Global Fire Emission Data Base ( GFED/NASA), de 1 janeiro de 2022 até o dia 7 de agosto, foram queimados 3,7 milhões de hectares, sendo 1,9 milhões de hectares queimados no período proibitivo (1 de julho a 30 de outubro).
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