O G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, criticou duramente a China nesta quarta-feira (4). A associação, composta por Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, além de representantes da União Europeia, se reuniu em Londres e emitiu um comunicado em que acusa a China de ser culpada por violações contra os direitos humanos e de utilizar sua influência para ameaçar outros governos.
A resposta da China veio rápido: "acusações infundadas" e "destruição das normas das relações internacionais" foram duas das definições dos chineses a respeito dos documentos do G7.
Com governo autônomo, a ilha de Taiwan fica a 180 quilômetros da China, tem mais de 23 milhões de habitantes e revindica soberania de seu território. Já a China considera que Taiwan é parte do território chinês, sendo somente mais uma província chinesa.
Ou seja, na prática, Taiwan funciona como estado soberano, mas não goza de reconhecimento internacional para tanto. Por exemplo, não é vista pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um país independente.
Nos últimos meses, a China intensificou suas atividades militares perto de Taiwan, o que desagradou os membros do G7.
A China vê Taiwan como seu território soberano e recentemente intensificou uma campanha para fazer valer sua reivindicação
Foto: Presidência de Taiwan/ Facebook
"Ressaltamos a importância da paz e da estabilidade em todo o Estreito de Taiwan, e encorajamos uma solução pacífica. Reiteramos nossa forte oposição a quaisquer ações unilaterais que possam aumentar as tensões e minar a estabilidade regional e a ordem baseada em regras internacionais e expressamos sérias preocupações sobre os relatos de militarização, coerção e intimidação na região", diz o comunicado do G7.
O texto do G7 foi recebido com entusiasmo em Taiwan, e o escritório presidencial da ilha agradeceu ao G7 pelo apoio.
"Taiwan continuará aprofundando sua parceria cooperativa com países-membros do G7, e continuará a contribuir com a maior força positiva à saúde global e ao bem-estar do povo, assim como à paz, estabilidade e prosperidade da região do Indo-Pacífico", disse o porta-voz Xavier Chang.
A carta do G7 também menciona "violações e abusos dos direitos humanos" por parte do governo chinês nas regiões de Xinjiang e Tibete. O texto cita violências contra a minoria étnica uigures, que são 45% da população da região de Xinjiang.
Islâmicos, muitos são enviados para o que a China chama de "campos de reeducação política", locais onde, segundo observadores internacionais e defensores dos direitos humanos, há prática de trabalho forçado e de esterilização.
Assim como Taiwan, Hong Kong é um grande centro financeiro da Ásia, oficialmente pertencente à China sob status de região administrativa especial (RAE), mas com muitas divergências políticas e culturais com o regime comunista.
Nos últimos dois anos, a China decidiu aumentar sua influência na ilha na península e diminuir o espaço para críticos de Pequim no comando do local, movimentos que geraram gigantescos protestos populares que se estenderam por meses entre 2019 e 2020.
A crescente influência do governo de Pequim sobre Hong Kong também tem sido criticada pelos países do G7. No comunicado, o grupo instou a China a cumprir seus compromissos de preservar "o alto grau de autonomia, direitos e de liberdade de Hong Kong".
"Apelamos à China e às autoridades de Hong Kong para que acabem com a perseguição daqueles que defendem os direitos, as liberdades e os valores democráticos", diz o texto do G7.
*Com informações da Reuters
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