Movimentos sociais lançaram nesta semana, em todo o país, um plebiscito popular para ouvir a população sobre duas pautas: o fim da jornada de trabalho no modelo 6×1 (seis dias de trabalho e um de folga) e a isenção do Imposto de Renda para pessoas com renda mensal de até R$ 5 mil. Em Cuiabá, a sede do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da UFMT (Sintuf-MT) é um dos pontos de votação presencial, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, até o dia 31 de julho.
Organizado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, o plebiscito quer mobilizar a população em torno de temas que afetam diretamente a classe trabalhadora. Para votar, é necessário apresentar um documento oficial com foto. Qualquer cidadão brasileiro pode participar.
As perguntas que compõem o plebiscito são: “Você é a favor da redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, e do fim da escala 6×1?” e “Você é a favor de que quem ganhe mais de R$ 50 mil por mês pague mais Imposto de Renda para que quem recebe até R$ 5 mil por mês não pague?”.
A escala 6×1 é comum em setores como comércio, serviços e indústrias, e tem sido alvo de críticas por comprometer o descanso semanal e afetar a saúde física e mental dos trabalhadores. Já a proposta de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil busca ampliar a justiça fiscal no país. Segundo os organizadores, a ideia é aumentar a taxação dos super-ricos para aliviar a carga tributária das faixas mais baixas de renda.
De acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (02.07) pelo Instituto Quaest, 70% dos deputados federais são contrários ao fim da escala 6×1, o que indica dificuldades para a tramitação de propostas sobre o tema no Congresso Nacional. Diante disso, os movimentos sociais afirmam que a mobilização popular é fundamental para pressionar o poder público.
O resultado do plebiscito será sistematizado e divulgado após o fim da votação, que nacionalmente vai até 7 de setembro. A ação tem caráter consultivo e simbólico, mas os organizadores prometem levar os dados aos parlamentares e ao governo federal como forma de reivindicação popular.
Em Mato Grosso, além da sede do Sintuf-MT, outras entidades podem aderir ao plebiscito e abrir urnas de votação ao longo do mês.
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