Todos os indicadores prévios apontam para uma safra recorde dos principais produtos agrícolas brasileiros. De acordo com o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira, 13 de fevereiro, produtores e produtoras brasileiros devem colher 325,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25, crescimento de 9,4% em relação à temporada anterior. O resultado é reflexo tanto de um aumento de 2,1% na área cultivada, estimada em 81,6 milhões de hectares, como na recuperação de 7,1% na produtividade média das lavouras, prevista para 3.990 quilos por hectare. Caso o cenário se confirme, será um recorde histórico.
O Governo Federal continuará olhando com atenção aos agricultores e agricultoras, porque temos clareza: mais alimentos produzidos e mais oferta de alimentos no mercado é a possibilidade de um preço justo para os consumidores"
Edegar Pretto, presidente da Conab
"O Brasil terá em 2025 a maior safra agrícola da nossa história, com previsão de 325,7 milhões de toneladas. Outra notícia extraordinária é o aumento na produção de produtos para o consumo interno. O arroz e o feijão, por exemplo, terão aumento, tanto de área plantada como na produtividade. No arroz, a previsão é de uma safra de 11,75 milhões de toneladas, que representa mais de 11%, comparado com a safra do ano passado", destacou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Na visão de Edegar, o resultado aponta tanto para esforço do homem e da mulher do campo, mas também para políticas do Governo Federal. "A oferta de crédito agrícola, com juros subsidiados a quem opta em produzir alimentos no nosso país, é um fator decisivo para que o agricultor saiba que, na hora de plantar, o trabalho será recompensado. O Governo Federal continuará olhando com atenção aos agricultores e agricultoras, porque temos clareza: mais alimentos produzidos e mais oferta de alimentos no mercado é a possibilidade de preço justo para os consumidores", disse.
A expectativa da boa oferta de grãos, que fazem parte da dieta dos brasileiros, como arroz (11,8 milhões de toneladas), feijão (3,3 milhões toneladas) e milho (122 milhões de toneladas), tem tudo para impactar no preço final dos principais grãos, segundo o presidente da Conab. “Isso leva o agricultor a ocupar mais e mais postos de trabalho para fazer essa economia girar, tanto de maneira direta como indireta em toda a cadeia produtiva, desde a chegada da semente até o transporte do produto pelo país”, enfatizou.
SOJA — Na soja, a estimativa é de uma produção de 166 milhões de toneladas, um aumento de 12,4% em relação à safra passada. A colheita já foi iniciada nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Bahia. Houve redução de produtividade no Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul devido ao déficit hídrico em quase todo o estado gaúcho e parte do MS, porém houve aumento em Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Bahia devido ao bom regime de chuvas, o que compensou a produção.
MILHO — No milho, a estimativa de produção é de 122 milhões de toneladas, um aumento de 5,5% em relação à última safra. O resultado reflete o aumento na área destinada para a cultura combinada com a recuperação da produtividade média nas lavouras do país. As condições climáticas foram favoráveis, principalmente no Paraná, em Santa Catarina e na maioria dos estados do Centro-Oeste. As exceções ficam para Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, que registraram restrição hídrica a partir de meados de dezembro.
Estimativa de produção de grãos consolida recorde histórico
ARROZ — Com a semeadura praticamente concluída, a Conab estima que a produção de arroz chegue a 11,8 milhões de toneladas, alta de 11,4% quando comparada com a colheita da safra passada. O aumento na colheita na atual safra garante o abastecimento interno e ainda possibilita um aumento das exportações de arroz brasileiro para 2 milhões de toneladas.
O presidente determinou que a gente já comece a discutir medidas de estímulo, um novo Plano Safra que estimule mais, principalmente os produtos que chegam à mesa da população. E é a partir disso então que nós vamos nos debruçar"
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura
TRIGO — Para as culturas de inverno, as primeiras estimativas, resultantes de modelos estatísticos, análise de mercado, previsões climáticas e informações preliminares, indicam a produção de trigo, principal produto cultivado, em 9,1 milhões de toneladas. O início do plantio no Paraná tem início a partir de meados de abril e no Rio Grande do Sul em maio. Os estados representam 80% da produção tritícola do país.
PERSPECTIVAS PARA 2025 — O governo espera uma melhora no cenário econômico devido ao aumento da produção agrícola esperado para este ano. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o impacto positivo da supersafra deverá contribuir para a redução dos preços. "A expectativa é extremamente positiva de uma supersafra este ano. A nossa expectativa é que na lei de mercado uma maior oferta leve a um menor preço", argumentou.
ESTABILIDADE - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, por sua vez, destacou que o Brasil se consolida como um grande produtor de alimentos e que, em 2025, o aumento da produção fará com que a estabilidade de preços dos alimentos possa ser estabelecida. "É importante dizer que o presidente determinou que a gente já comece a discutir medidas de estímulo, um novo Plano Safra que estimule mais, principalmente os produtos que chegam à mesa da população. E é a partir disso então que nós vamos nos debruçar", pontuou.
No milho, a estimativa de produção é de 122 milhões de toneladas, um aumento de 5,5% em relação à última safra. O resultado reflete o aumento na área destinada para a cultura combinada com a recuperação da produtividade média nas lavouras do país
CRESCIMENTO ECONÔMICO — Em entrevista na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que o Governo Federal trabalha intensamente para diminuir os preços dos alimentos no Brasil. “Nós estamos trabalhando, conversando com empresários, utilizando muito a competência da Fazenda, a competência do Ministério da Agricultura, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para que a gente encontre uma solução sobre como reduzir o preço. Nós vamos encontrar uma solução para os preços”, assegurou o presidente.
Nós temos quase cinco milhões de propriedades de zero a seis hectares. E nessas propriedades que precisamos fazer mais investimento, para que se melhore a capacidade produtiva e para que o alimento possa ser produzido com qualidade, rapidez e quantidade”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
CELEIRO - Lula frisou ainda que o Governo Federal não fará qualquer tipo de congelamento de preços. “Nós abrimos centenas de novos mercados para os produtos brasileiros e, quase todos, produtos de alimentos. Significa que o Brasil virou verdadeiramente o celeiro do mundo. Significa que as pessoas estão comprando muito no Brasil. Significa que nós precisamos produzir mais, melhorar a qualidade, para que a gente possa baratear o preço. Eu não posso fazer congelamento”, frisou Lula.
CAPACIDADE PRODUTIVA - Para isso, na visão do presidente, é necessário aumentar a capacidade produtiva do país e fomentar políticas de incentivo à agricultura familiar, responsável pela produção de cerca de 70% do que é consumido pelos brasileiros. “Nós temos quase cinco milhões de propriedades de zero a seis hectares. E nessas propriedades que precisamos fazer mais investimento, mais tecnologia, mais financiamento, mais assistência técnica, para que se melhore a capacidade produtiva e para que o alimento possa ser produzido com qualidade, rapidez e quantidade”, argumentou.
EXPORTAÇÃO — A supersafra prevista tem potencial para se refletir na mesa do brasileiro. “O aumento na colheita na atual safra garante o abastecimento interno. O mesmo podemos dizer do feijão, que assim como o arroz recuperou área de plantio”, destacou Edegar Pretto. Sobre o milho, a Conab também prevê valorização do mercado interno, dado os consistentes aumentos de demanda. E, por fim, a soja, que tem a estimativa de colher a maior safra do grão. “Com isso, o país também deverá registrar a maior exportação da série histórica do setor, sendo projetado um volume exportado de 105,4 milhões de toneladas de grãos ao longo da comercialização da safra em questão”, finalizou o presidente da Conab.
A Verdade MT não se responsabiliza pelos comentários aqui postados. A equipe reserva-se, desde já, o direito de excluir comentários e textos que julgar ofensivos, difamatórios, caluniosos, preconceituosos ou de alguma forma prejudiciais a terceiros. Textos de caráter promocional, inseridos sem a devida identificação do autor ou que sejam notadamente falsos, também poderão ser excluídos.
Lembre-se: A tentativa de clonar nomes e apelidos de outros usuários para emitir opiniões em nome de terceiros configura crime de falsidade ideológica. Você pode optar por assinar seu comentário com nome completo ou apelido. Valorize esse espaço democrático agradecemos a participação!