Na final do salto, diferentemente dos outros aparelhos, cada atleta se apresenta duas vezes, com saltos que necessariamente precisam ser diferentes. Rebeca foi a terceira a se apresentar e abriu sua apresentação com um Cheng, que tem nota de partida 6,0. A execução não foi tão boa quanto das eliminatórias e da final do individual geral, quando tirou duas vezes 9,4, e dessa fez a brasileira recebeu 9,266, perdendo mais 0,1 por pisar fora do colchão. Total, 15,166.
No segundo salto, a surpresa. Rebeca trocou um exercício de 5,4 de nota de partida por um de 5,8, o Amanar. Com execução 9,2, ela recebeu nota 15,000 e ficou com média 15,083.
Poderia não ser suficiente para o ouro, porque a próxima a se apresentar, Jade Carey, dos Estados Unidos, tem nível para superar isso. Mas a americana errou no primeiro salto, recebendo só 11,933, e deu adeus à disputa pelo pódio. Na sequência, um susto. A sul-coreana Yeo fez um salto de nota de dificuldade 6,2 e alcançou nota 15,333. Se ela tivesse outro bom salto, nem precisava ser ótimo, ficava na frente de Rebeca. Mas ela não tinha.
Na segunda apresentação o movimento foi bem mais simples e, mesmo se oacertasse, Yeo não passaria a brasileira. Errou e não passou. Aí foi só esperar as apresentações das demais atletas, mais fracas no salto, para o ouro ser confirmado.
A prova não contou com Simone Biles, que havia passado para a final com a primeira colocação nas eliminatórias. A norte-americana, considerada a melhor ginasta do mundo, sentiu-se mal durante a apresentação no salto na final por equipes e, por segurança, pensando na sua segurança física e mental, retirou-se da competição.
Não se apresentou nos demais aparelhos na final por equipes e não competiu na final do individual geral, que define a ginasta mais completa.
Sem ela, a vitória ficou com a norte-americana Sunisa Lee e a prata com Rebeca. Ontem (31) Biles anunciou que não competiria nas duas finais de hoje, no salto e nas barras assimétricas. Hoje (1), que também não participa do solo, amanhã (2).
A dúvida é se ela compete na trave, terça (3). 1ª final do salto em grandes competições Essa foi a primeira vez que Rebeca disputou uma final de salto em grandes competições, mas não por falta de talento para isso. Desde que chegou à categoria adulta, em 2015, ano em que completou 16 anos, como exige a ginástica artística feminina, a brasileira ou estava machucada nos principais eventos ou foi poupada exatamente para não se machucar.
Ela perdeu os Jogos Pan-Americanos de 2015 e 2019 por lesões no ligamento anterior cruzado (LCA) do joelho direito, assim como os Mundiais de 2015, 2017 e 2019. Ela só participou de grandes competições em anos pares, e se recuperando dessas lesões, cujas recuperações levam de seis a oito meses em esportes de menos impacto no joelho, e ainda mais para se executar exercícios na altura que Rebeca alcança. Para se classificar a uma final de salto é necessário apresentar dois saltos diferentes na fase de classificação. O que vale para classificação para individual geral e final por equipes, é um extra. Para não colocar o joelho em risco, Rebeca não fez esse salto extra nem na Rio-2016 em que teve a quarta melhor nota da fase de classificação no primeiro salto, nem no Mundial de 2018, em que sua nota foi a terceira melhor.
Agora Rebeca está há dois anos sem lesão e a comissão técnica entendeu que ela estava em condições físicas e psicológicas de fazer um segundo salto na classificação para pegar final e permitir que a brasileira brigasse por medalha hoje. E aí ela mostrou todo seu repertório
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